quarta-feira, abril 02, 2014

Lutador suspeito de matar enteado de dois anos se entrega à polícia

Daryell Dickson Meneses Xavier, de 25 anos, se apresentou à delegacia por volta das 20h acompanhado de dois advogados. Foto: DivulgaçãoO lutador de artes marciais Daryell Dickson Meneses Xavier, de 25 anos, acusado de matar o enteado de um ano e 11 meses após um suposto espancamento, se entregou à polícia na noite desta terça-feira (1º). O acusado foi à 38ª DP (Vicente
Pires), onde o caso está registrado, acompanhado de dois advogados e, segundo a polícia, se manteve em silêncio.

No momento da prisão, a mãe da vítima também estava na delegacia. Ela ficou bastante revoltada com a presença do rapaz e precisou ser contida pelos familiares. Xavier ficou detido por alguns minutos e em seguida foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para passar por exame de corpo de delito. Em seguida, foi encaminhado ao DPE (Departamento de Polícia Especializada) e está à disposição da Justiça.

O acusado, que dava aula de jiu-jitsu para crianças em uma academia de Taguatinga (DF), estava foragido desde domingo (30), quando teve a prisão temporária decretada.

A avó do garoto, Márcia Estrela, disse que a academia pertence à mãe de Xavier.

Em entrevista, ela contou ainda que o acusado manteve um relacionamento de seis meses com a filha e que chegou a agredi-la uma vez, mas ninguém registrou boletim de ocorrência.

“Entendemos que aquilo foi uma briga de casal passageira, mas ele sempre esteve acima de qualquer suspeita para todos nós”.

O crime aconteceu na última quinta-feira (27) quando a criança, que completaria dois anos na próxima sexta-feira (4), deu entrada em um hospital particular de Taguatinga com traumatismo craniano e uma fissura no ânus.

A delegada-chefe da 38ª DP (Vicente Pires), onde o caso está registrado, explicou que os médicos desconfiaram de espancamento e abuso sexual durante os exames e decidiram denunciar o caso à polícia.

“Recebemos a informação somente na noite do dia 28, por volta das 19h, e começamos a apurar as causas desses ferimentos, porque o traumatismo poderia ter sido provocado por uma queda da própria altura ou por uma queda no balanço da escola, por exemplo”.

Na ocasião, os familiares estiveram na DP e conversaram com a delegada. O padrasto, que é lutador de artes marciais e professor de academia, também prestou esclarecimentos, mas a polícia percebeu informações conflitantes no depoimento dele e avançou nas investigações.

Na manhã deste sábado (29), por volta das 8h, a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. O corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) e os exames comprovaram que o traumatismo foi provocado por uma “ação contundente”.

“Com isso, descartamos a queda da própria altura porque o ferimento foi provocado por uma força extrema exercida sobre o crânio da criança, mas o padrasto insistiu em levantar outras hipóteses, dizendo que foi uma queda na escola ou até mesmo da cama em casa”.

Diante dessa informação, os peritos estiveram na casa do suspeito e verificaram que havia indícios o suficiente para tê-lo como principal suspeito pela morte do bebê.

Essa desconfiança ganhou ainda mais força porque o padrasto não compareceu ao enterro da vítima, no fim da tarde deste domingo (30), nem deu mais notícias aos familiares.

“Ele saiu da delegacia com a intenção de não voltar mais. Agora, temos certeza de que ele realmente praticou esse delito”.

A prisão temporária do suspeito foi decretada pela Justiça do Distrito Federal no próprio domingo, mas ele ainda não foi localizado. Agora, a polícia aguarda o laudo pericial para descobrir o que provocou a fissura anal.

“Não sabemos ainda se isso foi um abuso sexual. Não temos elementos ainda para dizer se essa fissura foi provocada por uma causa interna ou externa, mas a prisão temporária dele já foi decretada pelo homicídio”.

A delegada também acredita que Xavier tenha usado um travesseiro para amortecer possíveis socos que ele deu na cabeça do enteado.

“O que nos chama a atenção é que não existem lesões externas. Isso quer dizer que o traumatismo craniano foi provocado por algo que amortizou o golpe. Não deixou sinais visíveis, mas causou um grande estrago por dentro”.

A reportagem entrou em contato com a academia onde o foragido trabalhava, mas a recepcionista não soube passar maiores detalhes. Disse apenas que ele atuava na parte administrativa e que não comparece no local há pelo menos duas semanas.

Reprodução Cidade News Itaú via R7

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