Cinco pessoas foram mortas em tiroteio no leste da Ucrânia neste domingo (20), após homens armados atacarem um posto de controle ocupado por separatistas
Segundo o canal russo, três dos mortos eram separatistas, enquanto os outros dois faziam parte do grupo que os atacou.
Os números, entretanto, são divergentes. A France Presse cita quatro mortos - três separatistas e um atirador.
Já as autoridades da Ucrânia, entretanto, informaram que apenas uma pessoa morreu no tiroteio que aconteceu durante a madrugada em um posto de controle.
Além disso, outras três pessoas teriam ficado feridas e levadas para hospitais, segundo um porta-voz do Ministério do Interior.
Rússia
Moscou reagiu ao incidente, que atribuiu ao grupo nacionalista paramilitar ucraniano Setor Direito e que aconteceu três dias depois da assinatura de um acordo em Genebra entre russos, ucranianos e os países ocidentais com o objetivo de reduzir a tensão.
"A Rússia está indignada com esta provocação, que mostra a falta de boa vontade das autoridades de Kiev para desarmar os nacionalistas", afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.
"É espantoso que esta tragédia tenha acontecido depois da assinatura, em 17 de abril, do acordo de Genebra", completa a nota.
Os ultranacionalistas de direita da Ucrânia negaram ter realizado o ataque, e culparam as forças especiais russas. “É uma provocação blasfema da Rússia; blasfema porque ocorreu em uma noite sagrada para os Cristãos, na noite de Páscoa. Isso foi claramente realizado por forças especiais russas”, disse Artem Skoropadsky, porta-voz do Setor Direito.
O Serviço de Segurança da Ucrânia anunciou na sexta-feira (18) a interrupção da fase ativa da operação antiterrorista em Donetsk durante as festas da Páscoa ortodoxa, que coincide neste ano com a católica.
Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e a União Europeia chegaram na quinta-feira em Genebra (Suíça) a um acordo que determina, entre outras coisas, o desarmamento das milícias irregulares pró-Rússia e o desalojamento dos prédios públicos.
Leste da Ucrânia
Após a adesão da Crimeia ao governo de Moscou, outras regiões do leste da Ucrânia, de maioria russa, também começaram a sofrer com tensões separatistas. Militantes pró-Rússia tomaram prédios públicos na cidade de Donetsk e a proclamaram como "república soberana", marcando um referendo sobre a soberania nacional para 11 de maio.
A medida não foi reconhecida por Kiev nem pelo Ocidente - e o fato de Donetsk ser uma cidade, e não uma região autônoma, deve enfraquecer a força para a realização de um referendo.
Outras cidades também tiveram atuação de milícias russas, como Lugansk e Kharkiv, onde militantes invadiram prédios governamentais - no que Kiev afirma ser um plano liderado pela Rússia para desmembrar o país.
Com a nova tensão na região, a Rússia pediu que a Ucrânia desistisse de todo tipo de preparativos militares para deter os protestos pró-russos nas regiões do leste ucraniano, já que os mesmos poderiam suscitar uma guerra civil.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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