segunda-feira, janeiro 06, 2014

'Saiu a imagem do preconceito', diz pai de menina coberta de pelos

Kemilly Vitória Pereira de Souza, menina coberta por pelos durante tratamento em Goiânia (Foto: Gabriela Lima/G1)A menina Kemilly Vitória Pereira de Souza, de dois anos e nove meses, que nasceu com o corpo coberto de pelos, voltou para casa, em Augustinópolis, no extremo norte do
Tocantins, após fazer duas sessões de laser, em Goiânia. O tratamento está sendo feito pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, que se prontificou a ajudar a família depois que o caso ganhou repercussão nacional.
Os pais da menina foram para Goiânia, no dia 17 de novembro, para tentar descobrir qual era o problema de Kemilly. De acordo com a família, a criança começou a ser submetida a exames assim que completou um mês de vida, em Augustinópolis, e os médicos não davam respostas para o aparecimento dos pelos. Em Goiânia, a criança fez consulta no Hospital das Clínicas onde foi diagnosticado o caso de hipertricose [doença rara que causa o excesso de pelos no corpo].
O pai de Kemilly, o eletricista Antônio de Souza, 34 anos, conta que família está no Tocantins desde o dia 24 de dezembro e, segundo ele, outra sessão está agendada para o dia 16 de janeiro, em Goiânia. “O tratamento é dez, graças a Deus”, diz ele, acrescentando que são muitas sessões, mas o efeito do tratamento já é visível. “Depois que o laser é aplicado, a pele fica irritada, fica um pouco ferida, mas estamos passando pomada e protetor solar”, explica.
Antônio diz ainda que, a princípio, seria realizada uma sessão a cada mês, mas como a menina está reagindo bem, devem ser feitas duas a cada 30 dias.
Sem preconceito
Antônio conta ainda que a criança foi bem recebida em Augustinópolis. Segundo ele, o que antes era visto como preconceito, agora ficou de lado e se reverteu em muitas doações. “Saiu a imagem do preconceito, por onde ela passa as pessoas querem tirar fotos, abraçar. O caso foi visto no mundo inteiro”, relata, dizendo que uma escola particular já ofereceu três anos de estudos gratuito para a criança.
Apesar de toda ajuda que a família recebeu, Antônio conta que está tentando conseguir passagens aéreas para poder ir a Goiânia. “Porque ela não pode pegar sol e de ônibus são 25 horas de viagem.” Ele conta que o governo do Tocantins paga as passagens de ônibus apenas de Imperatriz (MA) para a capital goiana. A tarifa de Augustinópolis a Imperatriz é custeada pela família. “Fomos na secretaria com o laudo médico e disseram que não está detalhado, mas vamos tentar.”
Mesmo com as dificuldades, Antônio diz que continuará com o tratamento, principalmente depois que a família passou a receber ajuda. “O médico disse que cada sessão é R$ 2,5 mil [caso fosse cobrado o tratamento] e eu ganho R$ 1 mil, então eu tenho que ir. Tenho que fazer tudo pelo tratamento da minha filha.”

 Kemilly Vitória Pereira de Souza, menina coberta por pelos, em Goiânia (Foto: Gabriela Lima/G1)

Reprodução Cidade News Itaú

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