sábado, setembro 21, 2013

Após matar filhas em SP, mãe foi a uma festa, diz a polícia

Homem faz oração e coloca flores em frente à casa onde irmãs foram encontradas mortas

A corretora de imóveis apontada como principal suspeita de ter matado as filhas de 13 e 14 anos no Butantã, zona oeste de São Paulo, vendeu eletrodomésticos e foi a uma festa depois de ter assassinado as adolescentes. A informação foi divulgada pela polícia nesta sexta-feira (20).

O inquérito do caso foi concluído hoje. Mesmo sem ser interrogada, a mãe das adolescentes, Mary Vieira Knorr, 53, foi indiciada por duplo homicídio qualificado.

Cerca de 15 pessoas foram ouvidas pela polícia durante esta semana. Segundo os depoimentos, as irmãs foram vistas pela última vez na quarta-feira (11), na escola onde estudavam. Elas não foram à aula na quinta (12) nem na sexta-feira (13).

Na quinta-feira, um comerciante relatou à polícia que Mary vendeu a ele um freezer e uma geladeira por R$ 250. À noite, foi a uma festa na casa de vizinhos. Depois disso não foi mais vista.

"Há a possibilidade de ela ter matado as filhas, vendido parte dos móveis, ido à festa e só no sábado (14) tentado se matar", afirmou o delegado-titular do 14º DP (Pinheiros), Gilmar Contrera.

"Só os laudos vão confirmar a hora e a causa das mortes", disse. A previsão é que fiquem prontos em 20 dias. Segundo o delegado, os resultados não devem alterar a conclusão a que se chegou. "[os laudos] Só vão corroborar com as provas que já temos", afirmou.

A corretora de imóveis está internada sob custódia da polícia no Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo). O estado de saúde dela é considerado estável. A Justiça de São Paulo decretou sua prisão preventiva nesta sexta-feira.

Ainda não se sabe para onde ela vai após receber alta da unidade de saúde. "O mais provável é que vá para um presídio, mas caso os médicos recomendem cuidados especiais, ela pode ir para um hospital penitenciário", declarou o delegado.

Mulher estava endividada
A corretora de móveis devia cerca de R$ 220 mil reais, segundo a polícia. Nos últimos nove meses, foram registrados contra ela quatro boletins de ocorrência por estelionato e um por apropriação indébita. Ela não pagava a mensalidade da escola onde as filhas estudavam há pelo menos quatro meses.  

Em depoimento à polícia, o pai das adolescentes, Marco Antônio Victorazzo, disse que ela dava sinais que estava com  dificuldades financeiras, mas não sabia de detalhes porque só mantinha contato com ela uma vez por mês.

"Quando analisamos a vida passada dela, a única coisa que justifica o que ela fez é ela não ter suportado a pressão [por causa das dívidas], surtou e praticou os crimes", detalhou o delegado.

Há cerca de 15 anos a corretora foi denunciada por estelionato e por maus-tratos. Segundo a polícia, na época, ela era diretora de uma associação que cuidava de crianças carentes. Ela não chegou a cumprir pena.

Entenda o caso
Uma denúncia sobre um vazamento de gás feita ao Corpo de Bombeiros levou à descoberta do crime. Quando os bombeiros chegaram à casa encontraram o imóvel trancado. Não havia sinais de arrombamento, e ninguém respondia aos bombeiros.

Ao entrarem, a mulher estava agonizando na sala, e o gás aberto. Segundo a polícia, ela confessou ter matado as filhas Paola Knorr Victorazzo, 13, e Giovanna Knorr Victorazzo, 14. Os corpos das adolescentes foram achados em um beliche em um dos quartos da casa onde moravam na rua Doutor Romeu Ferro, no Butantã. De acordo com a polícia, a mulher tentou suicídio.

O quarto onde foram localizados os corpos das meninas estava revirado e com fezes de animais. No box do banheiro do quarto havia ainda um cachorro morto com um saco plástico amarrado na cabeça. 

Os corpos das adolescentes possuíam sinais de estrangulamento. Mary é divorciada e tem outros dois filhos, de 27 e 31 anos, do primeiro casamento. 


Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!