Khamis, 28, o filho mais novo do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, foi morto neste sábado (20) na cidade de Bani Walid, oeste da Líbia, informou à Agência Efe Anouar Echouan, um dos chefes da milícia "O Escudo da Líbia", afiliada às forças de segurança.
A fonte acrescentou que Khamis morreu durante um confronto que começou nesta manhã em Bani Walid, cidade 90 quilômetros ao sudeste de Trípoli e palco de enfrentamentos entre milícias locais e forças regulares desde o início da semana. Os combates deixaram ao menos 20 mortos e centenas de feridos.
As autoridades líbias tinham dado Khamis como morto no final de agosto de 2011, durante o episódio conhecido como Batalha de Tarhuna, que aconteceu na cidade pouco depois da queda de Trípoli pelas mãos dos insurgentes, em 20 de agosto do mesmo ano.
Segundo a fonte, o corpo de Khamis, líder de uma das brigadas de elite mais temidas do antigo regime, foi transferido ao hospital de Misrata, para onde há exatamente um ano foi enviado o corpo de seu pai, assassinado depois de ser capturado por milicianos em Sirte, sua cidade natal.
O porta-voz do Parlamento líbio, Omar Humeidan, explicou à rede "Líbia al Ahrar" que em um primeiro momento Khamis ficou ferido durante os combates. O filho de Kadafi morreu somente enquanto era transferido a um hospital de Misrata, de onde é originária a milícia "Escudo da Líbia" ("Deraa Líbia", em árabe).
Ao comando da brigada que levava seu nome, Khamis foi o responsável, nos primeiros momentos do levantamento popular armado que eclodiu em fevereiro de 2011, de reprimir os insurgentes no leste do país.
Em 20 de outubro de 2011, mesmo dia em que Gaddafi foi capturado, torturado e morto em uma situação ainda não esclarecida, seu filho Mutassim também foi detido e assassinado.
O restante do clã Gaddafi está disperso. A viúva do ex-ditador está na Argélia com três filhos, Mohammed, Hannibal e Aisha. Saadi procurou asilo na Nigéria, enquanto Saif está sob custódia. O paradeiro de Hana, filha adotiva do casal, é desconhecido.
Dúvidas sobre prisão de ex-chanceler
O ex-porta-voz do derrotado regime Musa Ibrahim desmentiu neste sábado sua prisão, em uma gravação sonora publicada na internet.
"Sobre as informações sobre minha prisão hoje (...), trata-se de uma tentativa de desviar a atenção sobre os crimes cometidos pelos rebeldes da Otan contra nossa gente em Bani Walid", declarou, em uma gravação cuja autenticidade não pode ser comprovada.
A prisão de Ibrahim, que também foi chanceler de Gaddafi, foi anunciada mais cedo pelo escritório do chefe do governo e pela imprensa oficial líbia. Contudo, horas mais tarde, as autoridades pareciam se retratar.
O porta-voz do governo de transição líbio, Naser al Manaa, declarou à televisão privada Libya al-Ahrar que o executivo "até o momento não comunicou nada oficial sobre a detenção de qualquer membro do ex-regime".
"Estamos fora da Líbia e não temos nenhum vínculo ou contato com Bani Walid, cidade hostilizada há duas semanas pelas forças governamentais”, declarou Musa Ibrahim.
O ex-porta-voz afirmou que crianças e mulheres foram "assassinadas injustamente" nessa cidade situada a sudeste da capital Trípoli pelas "forças da Al Qaeda, que se aliaram a grupos criminosos de Misrata".
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
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