sexta-feira, setembro 14, 2012

Russomanno e Haddad comentam nota de repúdio da Arquidiocese


nota repúdio (Foto: Reprodução)Nota de repúdio foi publicada na quinta
(Foto: Reprodução)
Os candidatos Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT) comentaram nesta sexta-feira (14) nota de repúdio emitida pela Arquidiocese de São Paulo na quinta-feira (13).  A nota é uma reação a texto publicado em maio de 2011 no blog do pastor Marcos Pereira, presidente do Partido Republicano Brasileiro (PRB) e atual coordenador da campanha de Russomano.

No texto, Pereira associa o "kit anti-homofobia", que ficou conhecido como "kit gay", à influência da Igreja Católica. A mensagem do pastor voltou a circular nas redes sociais e provocou a reação católica. Na nota de repúdio, a Arquidiocese disse que o texto do pastor revela "destempero" e "cheira à intolerância religiosa". A Igreja Católica afirma ainda que o PRB é "manifestadamente" ligado à Igreja Universal.

O candidato do PRB disse que irá procurar o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, para esclarecer suas posições e afirmou que a opinião veiculada em 2011 é de um "blogueiro que é presidente do partido". O petista Fernando Haddad criticou o texto do pastor, disse que não esperava a reação da Igreja Católica e defendeu a tolerância religiosa.

O candidato do PSDB, José Serra, falou sobre a nota em evento de campanha nesta tarde. “Li uma matéria curta, me parece absurda a crítica feita à Igreja Católica, responsabilizando-a pelo ‘kit gay’. Não tem cabimento”, opinou. 

Russomanno fez campanha na Zona Norte (Foto: Tatiana Santiago/G1)Russomanno fez campanha na Zona Norte
(Foto: Tatiana Santiago/G1)
Russomanno
“Não fiquei sentido [com a nota]. Eu respeito a opinião de todo mundo. Evidentemente, ele [Dom Odilo] deve estar magoado com o que leu , apesar disso ter acontecido em maio do ano passado”, disse Russomanno. “Eu já estive com Dom Odilo [em uma outra ocasião], vou ligar, vou entrar contato com ele para explicar que quem está governando (sic) São Paulo é o Celso Russomanno", afirmou o candidato.

O candidato do PRB comentou a nota após caminhada na Avenida Parada Pinto, na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte da capital paulista. “Sou católico, todo mundo sabe. Essa é a opinião de um blogueiro que é presidente do meu partido, em maio do ano passado, em um contexto que era a distribuição das cartilhas”, explicou o candidato do PRB.

“Agora estão requentando essa história porque estamos em um momento político. Quem vai governar São Paulo é o Celso Russomano, que está sendo eleito pelo povo”, acrescentou Russomanno. Quando questionado se o PRB não terá influência em sua gestão, ele repetiu: “quem vai governar é o Celso Russomano.”
O candidato não quis fazer declarações sobre a suspensão do "kit gay", pois, segundo ele, seria um ataque a Fernando Haddad, candidato do PT.

Haddad participou de evento na Zona Leste (Foto: Germano Assad)Haddad participou de evento na Zona Leste
(Foto: Germano Assad)
Haddad
O petista participou de evento na Zona Leste de São Paulo e criticou o texto do pastor Marcos Pereira. “Obviamente que não esperávamos [a reação da igreja]. A Igreja tem autonomia, hierarquia, e não há nenhuma conexão entre uma coisa e outra”, disse Haddad. Entretanto, ele criticou o conteúdo do post escrito pelo pastor. "Uma carta de um dirigente partidário fazendo criticas à Igreja, na minha opinião infundadas, é muito grave”, disse.

“Nosso desejo é nos guiarmos pelos princípios da nossa Constituição, que não estão sendo respeitados. O estrado é laico no Brasil, isso exige de cada candidato uma responsabilidade muito grande, de não estabelecer conflitos que não existem no nosso país, não temos conflito religioso aqui”, disse Haddad.  “Meu pai teve que abandonar o Líbano porque a minoria cristã, naquela época, não se sentia acolhida, então ele teve que ir atrás de um lugar onde pudesse viver e trabalhar normalmente e livremente. Não podemos correr esse risco aqui, o brasileiro é tolerante”, disse.
“O estado laico implica no combate à intolerância religiosa, e não o contrario. Justamente por ser laico e não estar comprometido com nenhuma em particular, a obrigação é defender toda e qualquer manifestação religiosa.”

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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