domingo, julho 29, 2012

Polícia contabiliza quatro casos de sequestros envolvendo mossoroenses

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Durante a semana que passou, os veículos de comunicações trouxeram noticiários sobre o sequestro que envolveu o empresário Porcino Fernandes Segundo, o "Popó Porcino", 19, filho de Porcino Júnior, um empresário de Mossoró. Ele havia sido sequestrado na madrugada do domingo, 17 de junho, num parque de vaquejadas em Ceará-Mirim e libertado na manhã da última terça-feira, durante ação das polícias civil e militar, que o resgatam com grande êxito, sem nenhum ferimento e sem pagar resgate.
No entanto, casos envolvendo sequestros em Mossoró não são mais novidades. Outros três empresários já haviam sido raptados por quadrilhas, de acordo com registros da Polícia Civil.
Segundo informações repassadas pelo delegado Clayton Pinho, titular da Delegacia Regional da Polícia Civil de Mossoró, um dos mais dramáticos que ocorreu foi o do empresário Francisco de Assis Neto, conhecido como "Assis da Usibras", que passou 35 dias em poder de uma quadrilha cearense.
Assis foi pego pela quadrilha no dia 16 de dezembro de 2004, na época com 61 anos, quando fazia cooper no bairro Aeroporto, em Mossoró, nas proximidades do Posto Brasil, localizado na Avenida do Contorno. Ele só foi libertado 36 dias depois, no dia 21 de janeiro de 2005.
"Durante o tempo em que esteve em poder da quadrilha, ele ficou acorrentado em precárias condições na comunidade rural de sítio Ribeiro, imóvel comprado previamente pelo grupo de sequestradores, na cidade de Potiretama, proximidades de Fortaleza" relembra o delegado.
Assim como Popó Porcino, Assis da Usibras foi libertado mediante ação conjunta das polícias do Rio Grande do Norte e Ceará, que estouraram o cativeiro e prenderam os acusados.
"Quando a polícia invadiu o cativeiro foram presos o baiano César Almeida de Andrade, o "César Alemão", líder do bando, que mesmo se locomovendo em uma cadeira de rodas chefiou o sequestro. Celso Almeida de Andrade (irmão de Celso Alemão) e o cearense Alexssandro Fabrízio Braga Maia. O José Carlos de Lima, natural de Pernambuco, e Silvânio Soares da Silva, de Tocantins, foram presos antes, no Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, quando se preparavam para fugir", destacou Clayton Pinho.
Os arquivos do Ministério Público dão conta que posteriormente, em março de 2005, o policial civil cearense Jucier de Oliveira Soares, responsável pela logística da quadrilha, também foi preso.
Na época do sequestro, os bandidos pediam um resgate de U$S 1,5 milhão de dólares, equivalente à época a algo superior a R$ 4 milhões, valor que, segundo a família, não foi pago.
Ainda de acordo com o delegado Clayton Pinho, todos os quatro sequestros envolvendo mossoroenses os marginais foram presos. "Nos casos envolvendo sequestro em Mossoró, a polícia agiu brilhantemente e conseguiu colocar na cadeia os responsáveis e isso é uma coisa boa para a população, que não tem porque não confiar na qualidade da polícia", concluiu. 
"A polícia do RN está preparada para combater sequestradores, a prova é a libertação de Popó", diz subsecretário da Sesed

"O Rio Grande do Norte tem uma das polícias mais bem preparadas do Brasil. Usamos o que temos de melhor em temos de tecnologia investigativa e estamos preparados para combater a ação das quadrilhas, sejam quais forem. A prova é a libertação de Popó Porcino, que ocorreu esta semana, sem pagamento de resgate e ileso", explicou o secretário Silva Júnior, adjunto da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) durante entrevista ao O Mossoroense.
De acordo com o secretário, a resposta que as polícias civil e militar deram à sociedade, no caso Popó Porcino, mostra como o trabalho de investigação surtiu efeito. "Primeiro deixamos a família à vontade para negociar o caso, depois montamos a nossa estratégia de ação e em um trabalho paralelo começamos a rastrear os passos da quadrilha e esperar o momento certo de agir, sem colocar em risco a vida do rapaz", contou.
Para Silva Júnior, a tecnologia empregada no caso pela Polícia Civil é uma das melhores do país, que permitiu monitorar e rastrear ligações telefônicas dos bandidos, que eram feitas para a família de Popó Porcino. "As escutas foram fundamentais para o trabalho policial. E para ter mais uma precisão, passamos a usar agentes treinados e bem qualificados nesse tipo de crime", concluiu.

"O sequestro pode ser prevenido sim", diz especialista em segurança pessoal e empresarial

Especialista em segurança pública, pessoal e empresarial, Marcy José de Campos Verde publicou em sua página na internet, essa semana, alguns cuidados práticos e tecnológicos sobre a questão de sequestro. Ele alerta que existem muitas maneiras de se evitar raptos e aconselha como o cidadão deve proceder.
De acordo com Marcy José, não existe barreira intransponível, ela apenas retarda ou dificulta a ação de um intruso. Toda barreira física pode ser ultrapassada, desde que haja determinação, tempo suficiente, ferramentas eficazes e habilidade no seu uso.
O planejador deve elaborar um sistema antissequestro em profundidade, aliando as barreiras físicas, eletrônicas e humanas de tal forma que o somatório dos tempos de retardo, de cada barreira, dê o resultado esperado, de modo que a detecção e a reação possam acontecer.
Para ele existem três metas fundamentais em plano de segurança: proteção às vidas, proteção da propriedade e a restauração de atividades e operações normais. Já em relação aos tipos de sequestradores que existem no Brasil, o fator motivacional é o dinheiro, ou seja, visam arrecadação de numerário.
O perfil do alvo em potencial geralmente é o do executivo de um grande grupo de empresas familiares. Com a entrada no mercado dos sequestras dos grupos criminosos profissionais, este perfil pode sofrer mudanças, tendo em vista os objetivos dos seus autores.
Geralmente, para os sequestros, os fatores riqueza, filosofia de pagamento, segurança (facilidade de acesso) e a proximidade com o alvo (maior será a mobilização para o pagamento do resgate) são os pontos de alavancagem para a seleção.
A vítima pode ficar vendada e acorrentada, outras vezes pode ficar encapuzada. A vítima pode ser agredida ou sofrer violência psíquica ou física (mutilação da orelha, dedo, etc.), sendo que isto pode ser gravado em fitas de vídeo e enviadas à família para que as negociações sejam encerradas rapidamente e o valor do resgate seja pago ou para que a vítima forneça mais detalhes sobre a estrutura da empresa, em relação ao sequestro, se houver, e quem efetivamente vai autorizar o pagamento.
"O levantamento da rotina do alvo engloba basicamente horários de entrada e saída, tanto da residência como do trabalho ou outros locais usualmente frequentados, itinerários, condutas de seus empregados. São feitos testes de conduta para verificar as respectivas reações, como por exemplo simular um acidente de trânsito, simular uma pessoa pedindo esmola, se passar por um ambulante", destaca.
Ainda de acordo com o especialista, as estatísticas dos locais onde os sequestros ocorrem, demonstram que a maior incidência é durante o trajeto residência-escritório-residência, ou em pontos de lazer da eventual vítima. "São locais cotidiano, que a vítima relaxa e pensa que está a salvo".
"Quando ocorre um sequestro, a melhor coisa a se fazer pela família da vítima é deixar que a polícia atue, mesmo que esteja sendo pressionada pelos bandidos", concluiu.

Fonte: O Mossoroense/Cidade News Itaú

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