terça-feira, junho 26, 2012

Presos aproveitam falta de segurança para escapar


Carlos Costa
Buraco feito na cela pelos presos dá acesso à parte externa

Sete presos fugiram da Cadeia Pública de Mossoró durante a madrugada de ontem e tiveram uma grande ajuda da falta de segurança da unidade prisional. Das quatro guaritas que servem para vigiar as partes interna e externa, apenas duas estavam funcionando. A fuga veio da cela que tinha menos segurança na unidade, dando acesso direto à parte externa. Um procedimento administrativo interno foi aberto para apurar se houve algum tipo de facilitação dos seus servidores.
A falta de segurança da Cadeia Pública de Mossoró, que abriga presos da cidade e também de outros municípios da região Oeste do Rio Grande do Norte, vem enfrentando sérios problemas ao longo dos últimos anos, como a falta de agentes penitenciários e policiais militares e até mesmo falhas na parte estrutural. Uma reforma que ampliaria a capacidade da cadeia, iniciada em 2009, ainda não foi concluída e tem prejudicado a segurança do local. Os entulhos deixados pela obra prejudicam a visão dos policiais das torres de guarda.
Na recepção da unidade prisional, a segurança é feita por um único policial que trabalha em escala de 24 horas. O número de agentes penitenciários responsáveis pela parte interna do presídio provisório também é reduzido. Hoje, a Cadeia Pública de Mossoró abriga quase 180 presos, quando deveria ter apenas 86 internos, que é sua capacidade máxima.
O diretor do estabelecimento prisional, major Humberto Pimenta, reconhece as deficiências humana e física, destacando que o pouco efetivo de policiais e agentes é uma de suas grandes dificuldades. Ele teme que a falta de segurança provoque novas fugas em maiores proporções ou até mesmo resgate de criminosos.
O local de onde os sete criminosos fugiram durante a madrugada de ontem é um dos que oferecem menor segurança. Ela é a última do bloco, com acesso à parte externa. Os presos cavaram um túnel na parte do vaso sanitário e saíram do outro lado da muralha, já no meio do matagal. Com guaritas desativadas e iluminação externa deficiente, os policiais não tiveram oportunidade de agir. 
Da cela de onde saíram os fujões havia 13 detentos, quando o correto seria ter apenas oito. Sete decidiram fugir e o restante ficou na sua cela.

Acusado de matar “Genildo do Sal” tinha bom comportamento
Um dos sete presos que fugiram na madrugada de ontem é Thiago Alexandre Rodrigues, que tem 19 anos e é um dos presos acusados de participação na morte do empresário Genildo Figueiredo de Sá, assassinado em dezembro passado.
Ele estava na cela destinada aos presos de bom comportamento, que não oferecem risco, teoricamente. A informação é do diretor da Cadeia Pública de Mossoró, major PM Humberto Pimenta. Por ser um ponto de menor segurança, o oficial explica que é destinado também para presos com idade mais avançada.
“Ele tinha um bom comportamento aqui. Nunca confessou o crime. Infelizmente, não temos como prever que esse tipo de coisa vai acontecer”, justificou-se o militar, que continuava ontem as buscas para tentar recapturar os sete fugitivos – Humberto liderava, pessoalmente, uma das equipes.
Além de Thiago, fugiram: Rafael Bezerra Fernandes, conhecido como “Preá”, preso por tráfico de drogas; Patrick do Nascimento Patrício, “Peteca”, acusado de assalto; Aldecir Martins de Lima, assalto; Diogo Rodrigues de Oliveira, tráfico de drogas; José Railson Meres da Penha, assalto; e Márcio Nogueira da Silva, “Léo”, preso por tráfico de entorpecentes.


Fonte: Defato/Cidade News Itaú

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