quinta-feira, março 22, 2012

Modelo mais barato será proposto hoje

 
Depois que o Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN) fechou os abatedouros de frangos de Mossoró por inadequação às exigências da Vigilância Sanitária, alguns setores começaram a se mobilizar para tentar diminuir o impacto no setor.
Ontem, a comissão de pequenos empresários criada para discutir uma saída para o problema se reuniu com a prefeita Fafá Rosado, a qual se prontificou a prestar todos os auxílios, inclusive disponibilizando acesso à assessoria jurídica do Palácio.
Hoje, a discussão ganha novos reforços, com o encontro previsto para as 10h com representantes do Ministério Público, da Emater, Covisa e do Sebrae. Este último terá papel importantíssimo na discussão. De acordo com João Vidal, gerente do escritório do Serviço em Mossoró, será apresentada na reunião a mesma proposta que já vem sendo desenvolvida na cidade de Caicó.
"O Sebrae age nos setores produtivos à medida que as demandas vão surgindo. Foi assim em Caicó, quando o Idiarn também chegou a fechar alguns abatedouros e apresentamos um modelo de gestão que viabilizasse os pequenos produtores", explica João Vidal, que mostra o exemplo hoje.
A proposta do vereador Genivan Vale é que o Poder Público fechasse uma parceria com o setor para a criação de um abatedouro público, com concessão de uso para os pequenos empresários. "A proposta do Sebrae vai atender justamente àqueles que não queiram atuar em associação, mas que também não tenham recursos financeiros para adequar-se às exigências", propõe.
Na semana passada, o Idiarn suspendeu a atividade em 23 matadouros da cidade, com a justificativa de falta de condições sanitárias e estruturais. O diretor do Idiarn, Evandro Mendes, ressalta que antes de a Polícia Ambiental agir, já havia sido concedido um prazo para que os proprietários de matadouros se adequassem, mas nenhum atendeu a lei.
A reação no setor foi imediata. A estimativa de uma das maiores granjas que fornece frango para abatedouros é que o prejuízo chegue a R$ 5 milhões por semana.
O abastecimento de frango na cidade está sendo feito por distribuidores de outros municípios, mesmo assim, a limitação na oferta da ave já pode ser sentida na Central de Abastecimento (CONAB).

Proprietários buscam novas atividades
Na grande maioria dos casos, os abatedouros funcionavam de forma clandestina, sem alvará da Vigilância. As instalações eram estruturadas precariamente no quintal ou nas adjacências da casa dos proprietários.
Devido à falta de legalidade, o próprio Sebrae afirmou não conhecer a demanda do setor. João Vidal disse que ficou surpreso quando soube da quantidade de estabelecimentos fechados. "Deveremos chegar nesse setor porque há uma demanda considerável. A contribuição do Sebrae é garantir a viabilidade dos abatedouros com a capacitação e qualificação na gestão", ressalta Vidal. 
Patrícia Martins de Oliveira é proprietária de um dos abatedouros que foi fechado. Ela alega que havia mais de 20 anos tirava o sustento da família com a atividade. Para complementar a renda depois que o seu abatedouro foi interditado, "estou pegando roupas de fora para lavar porque preciso sustentar minha família que me ajudava aqui nos trabalhos".

Fonte: Defato

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