quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Delegado pede para deixar investigação

gropecuarista Valter Martins Veras, executado na noite de sábado passado em Janduís, cidade distante cerca de 100km de Mossoró, deverá ser investigada por um delegado especial. O atual responsável pelo caso é o delegado Getúlio Medeiros, que acumula a responsabilidade de atuar em seis cidades diferentes no Oeste potiguar. Ele alega falta de condições para elucidar o crime. Valter é primo do ex-prefeito de Campo Grande, Francisco Antônio Veras, assassinado em 2010.
Além da falta de condições para investigar um assassinato (os delegados trabalham praticamente sozinhos nas cidades do interior), o caso apresenta-se como extremamente complexo, segundo Getúlio Medeiro, que é delegado regional de Patu e responde por outras cinco cidades da região Oeste (tem uns que são responsáveis por mais de 15 delegacias). O pedido será encaminhado à Delegacia Geral de Polícia Civil (DEGEPOL) no início da próxima semana, mas já deveria ter sido feito, segundo Getúlio. Ele afirma que a medida é emergencial, mas o excesso de atribuições atrasou o processo.
Geralmente, a Degepol designa uma equipe do Departamento Especializado em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), que é sediado em Natal e funciona como uma espécie de elite da Polícia Civil norte-rio-grandense. Se for realmente um delegado dessa unidade, ele atuará com sua própria equipe, todos oriundos da capital. "Ele vem com seus próprios policiais, com toda a logística necessária para investigar o crime e conseguir um bom resultado. De Natal mesmo é feito o trabalho de inteligência, estrutura que não temos com o dispor aqui no interior", diz Getúlio.
Até que um delegado especial seja designado (ou não), Getúlio afirma que dará continuidade à investigação. Está previsto para acontecer hoje o depoimento da viúva e filha do agropecuarista. As duas estavam com ele no momento que homens armados o executaram e são consideradas peças fundamentais. Foram vários tiros, todos de escopeta calibre 12. Um dos disparos foi feito à queima-roupa contra a cabeça da vítima, semelhante ao que aconteceu com o ex-prefeito de Campo Grande, Antônio Veras, que foi assassinado junto com dois policiais militares que faziam sua segurança particular. 

O CRIME
O crime foi cometido por bandidos que chegaram em um carro tipo GM Celta. Um deles desceu do veículo e efetuou vários tiros com uma escopeta calibre 12. A vítima morreu no local. Os bandidos (não se sabe o número exato) abandonaram o veículo a cerca de 7km do local do crime, numa estrada que liga Janduís à Messias Targino. O carro foi queimado, possivelmente como uma forma de dificultar a investigação. A perícia tem, no entanto, a digital colhida na garrafa usada para armazenar o combustível usado para queimar o veículo.

Morte de primos pode ter ligação, afirma delegado
A morte do agropecuarista Valter Martins Veras pode estar relacionada direta ou indiretamente à execução do seu primo, o ex-prefeito de Campo Grande, Antônio Francisco Veras, executado de forma extremamente violenta em março de 2010, em Campo Grande.
A avaliação pertence ao delegado Márcio Delegado Varandas, que foi designado na época para investigar a morte do ex-prefeito, continua com inquérito em suas mãos (o prazo previsto por lei é de apenas 30 dias, podendo ser prorrogado se houver necessidade).
Prestes a completar dois anos de investigação, o crime ainda continua sem solução. Não há ninguém preso. Márcio demonstra ter suspeitas de quem seriam os pistoleiros e quem estaria por trás do crime, mas prefere não adiantar nada.
Ele disse apenas que está sendo cogitada a possibilidade desses dois crimes terem algum tipo de ligação, mas não explica se seria pelos pistoleiros serem os mesmos ou pelo mandante.
Apesar das dificuldades, Márcio adianta que confia na elucidação dos dois crimes, reforçando a ideia de que os dois casos tenham alguma ligação.
Ao ser questionado sobre tamanha demora na investigação da morte de Antônio Veras e os policiais militares Jackson Cristino Dantas e Solano Costa de Medeiros, ele alega ter enfrentado dificuldades estruturais, principalmente no início, quando foi designado para o caso. A escassez de provas, principalmente no campo das testemunhas, é outro entrave.
"Esse é o tipo de crime que não deixa testemunhas e as que têm não se habilitam a colaborar pela falta de segurança que existe na região. Esse último foi dentro de casa, na frente de todo mundo. O ex-prefeito foi na zona rural, mais escondido. Essa falta de indícios para colher torna mais difícil de elucidar e o segundo é a falta de uma atenção maior na apuração", avalia o delegado Márcio.

Fonte: Defato

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