quarta-feira, dezembro 07, 2011

Irmãos são investigados por assassinato

Duas pessoas foram detidas durante a madrugada de ontem sob suspeita de envolvimento com a morte do empresário Genildo Figueiredo de Sá, que foi assassinado na noite de segunda-feira passada. A dupla, dois irmãos, foi submetida a exames no Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) para confirmar ou não o uso de arma de fogo. Ambos negaram o crime e foram liberados ainda ontem. A Polícia Civil não os coloca como "suspeitos" e afirma que investiga outras possibilidades.
Os irmãos Alexandre Figueiredo da Silva, 20 anos, conhecido como "Dudu", e Alexandro de Sousa, o "Alex Canibal", 27, foram detidos poucas horas após o crime por policiais militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM) e agentes da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR). O primeiro estava sendo investigado pelo furto de objetos na chácara do empresário e o segundo é preso do regime semiaberto do Complexo Penal Agrícola Doutor Mário Negócio. Dudu havia entregue os objetos furtados na segunda, na Defur, horas antes do crime.
Os dois, segundo o delegado Roberto Moura, do II Distrito de Polícia Civil, unidade responsável pela investigação, negaram qualquer envolvimento com o crime. Mesmo diante da negativa e da falta de provas contundentes contra ambos, os dois foram levados ao Itep. A dupla foi submetida ao exame de residuograma de chumbo, que pode acusar se algum deles utilizou arma de fogo durante os últimos dias. Após prestarem depoimento e fazerem exames, os dois foram liberados. Ontem à tarde, o delegado Roberto Moura mostrou cautela ao falar sobre os irmãos e não os classificou como suspeitos.
"Não sabemos se algum dos dois tem mesmo algo com esse crime. Existe essa questão do furto na casa da vítima, mas por enquanto é só isso. Vamos aguardar o resultado dos exames e continuar investigando o crime, verificando outras versões que poderão surgir. Até esse momento, não existe nenhuma outra versão oficial. A família diz que ele (Genildo) não tinha inimigos e que não tem a quem atribuir o crime", explica o delegado, reconhecendo que existem versões extraoficiais que já chegaram ao seu conhecimento, como um crime passional ou por dívida - não há nenhuma comprovação.
Ontem, 24 horas após o crime, a Polícia Civil dispunha de poucas informações, segundo o delegado responsável pelo caso. Ele adiantou que começará a ouvir depoimento de parentes e vizinhos da vítima para tentar definir quais as linhas de investigação que serão adotadas. "Com esses depoimentos, pretendemos buscar informações que possam levar ao esclarecimento desse crime", reforça Roberto Moura, que deverá dedicar essa semana à oitiva de testemunhas. Quanto aos exames, o prazo médio é de aproximadamente 30 dias em alguns casos, mas o delegado espera recebê-los antes disso.

RELEMBRANDO
Genildo foi morto por uma dupla de motoqueiros no momento que saía de sua casa, situada no bairro Santo Antônio (zona norte). Os bandidos estavam em uma motocicleta de cor escura e efetuaram três tiros. O empresário foi atingido na cabeça, ombro e pescoço. Policiais militares que passavam por perto foram acionados e ainda levaram a vítima para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas ela não resistiu e morreu logo depois. A princípio, a suspeita era de um assalto, mas essa ideia foi descartada - não levaram nada.

Irmãos foram tema de reportagem feita pelo DE FATO
Os irmãos Alexandre Figueiredo da Silva e Alexandro de Sousa fizeram parte de uma reportagem feita pelo DE FATO em agosto de 2008. O título da matéria foi: "Mãe de 57 anos tem três filhos presos".
Os filhos eram Alexandro, Francisco Alisson de Sousa e José Samuel de Souza. Na época da reportagem, Dudu, que foi acusado de furtar a casa do empresário, ainda era adolescente. Os três irmãos mais velhos haviam sido presos.
Na reportagem foi mostrada a dificuldade da mãe dos três, Raimunda Nazario Figueiredo de Sousa, que convivia com a prisão de três filhos - o quarto agora, mais novo, é investigado por um assassinato.
Na época, Samuel, que havia sido preso por tráfico, estava em liberdade. Alexandro e Francisco Alisson estavam presos na Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre Lopes, situada na zona rural de Mossoró, aguardando pelos seus julgamentos.
Dona Raimunda afirmou durante a entrevista que havia errado na criação dos filhos e que por isso eles tinham entrado na vida do crime. Até aquele momento, Dudu ainda era adolescente e ela afirmava que não iria cometer o mesmo erro com o mais novo. Apesar da pouca instrução, a aposentada afirmou que o trabalho havia lhe afastado dos filhos e que após a aposentadoria teria condições de dar uma criação melhor, mais próxima dos filhos.

Fonte: Defato

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