domingo, dezembro 25, 2011

Estradas esburacadas irritam motoristas

Nas estradas vicinais da região do Mato Grande, a poeira sobe e os buracos aumentam, diariamente. Um exemplo é a Rodovia Estadual que liga os municípios de João Câmara a São Bento do Norte (RN 120), onde trafegam veículos de carga pesada, como as carretas que transportam equipamentos para os parques eólicos, montados na região. Os motoristas não conseguem trafegar 500 metros livres de buracos. 
Vencer os 32km de estrada até Parazinho exige, no mínimo, tempo redobrado. A velocidade nesse trecho não supera os 20km/h. "É uma estrada muito ruim. A gente não consegue rodar 500 metros sem que precise desviar de um buraco. Perde muito tempo, quase cinco vezes mais", reclamou o motorista Vanderley Pereira de Sousa, 33. Costumeiramente, ele precisa parar na BR-406, pouco antes do entroncamento com a RN-120 para ajustar as cintas que protegem a carga.
"Se não fizer isso, corre o risco da carga cair e até de tombar". Diariamente, ele sai do Porto de Natal com destino a localidade de Queimadas, em Poço Branco. O percurso é feito pela RN-120, a partir de Poço Branco. Em boas condições de tráfego, o deslocamento levaria, no máximo, 20 minutos. Wanderley gasta uma hora. Tem dias que leva uma carga de até 40 toneladas e precisa ser cauteloso no percurso. Das 7h às 13h, o agricultor Djalma Damião Raimundo, 59, tenta dar "um jeitinho na estrada".
"Estou tentando tapar a buraqueira e ganhando uns trocadinhos". Em duas horas, a reportagem da Tribuna Do Norte comprovou a intensidade do tráfego. Por hora, circulam, em média, 15 veículos pesados, principalmente carretas. Motorista há 33 anos, Raimundo Sérgio Filho faz um percurso maior que Vanderley. Trafega cerca de 80km na RN-120 e reclama que o trecho, após Parazinho, é o pior. "A quebra-quebra do carro é grande. Ás vezes, as empresas da região colocam empregados para fazer os reparos da estrada porque o governo não toma uma providência".
Essa estrada, segundo o diretor geral do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER), Demétrio Torres, é uma das preocupações da área de infraestrutura do governo, por causa da expansão dos parques de energia eólica, na região do Mato Grande.
"É uma estrada que está realmente acabada, por causa do tráfego pesado, e precisa ser recuperada, porque algumas tem até 25 anos. Esperamos dá a ordem de serviço já na próxima semana", garantiu. Uma leitura da OGE 2012 mostra que a região mais privilegiada não é essa, e sim a de Mossoró, beneficiada com maior aporte de recursos.
Do total de recursos destinados para o programa de pavimentação e implantação de rodovias, que é de R$ 63,371 milhões, cerca de R$ 26,7 milhões serão aplicados em benefícios dos mossoroenses. Na pasta da Secretaria de Infraestrutura (SIN), do total previsto para urbanização dos acessos rodoviários, que é de R$ 17,185 milhões, o município de Mossoró terá quase que a totalidade - R$ 17.009,00. Os demais são beneficiados com verbas de R$ 10 mil a 110 mil.
Na região Oeste, o trecho que preocupa é o da RN-015 (estrada do melão), entre Mossoró e Baraúnas, onde também há tráfego pesado, devido à exportação de cimento. Quase 700 carretas circulam na região. O DER já tem obras na estrada do melão. Alguns trechos estão concluídos e para outros foi dada a ordem de serviço. 
Para uso em infraestrutura urbana o OGE 2012 destina cerca de R$ 328.232, dos quais R$ 107,8 milhões estão dotados no DER, para, entre outros projetos, recuperação e ampliação da malha rodoviária. O órgão detém a terceira maior dotação de investimento do Estado. Segundo Demétrio Torres, pouco mais da metade da dotação está garantida.
"Digo que temos garantidos em torno de R$ 65 milhões, que são oriundos de convênio com o BNDES e a verba da Cide, que deve ser menor do que o esperado". Ele anunciou que a governadora Rosalba Ciarlini autorizou a criação de um Fundo Rodoviário, que futuramente vai reunir a receita, oriunda de impostos, multas e taxas, destinadas aos programas de melhoria da malha rodoviária. 
A expectativa é que o projeto de lei seja apresentado no primeiro semestre de 2012. "A vantagem é que vamos saber quanto o DER tem de recursos, para fazer planejamento, ao invés de ficar na condição de mesada", afirmou o secretário.

Fonte: Defato

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