quinta-feira, agosto 03, 2023

CPI dos Atos Golpistas decide pedir à Abin relatórios enviados ao governo de transição

O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Cunha — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado


A CPI dos Atos Golpistas do Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (3) um pedido à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para que o órgão disponibilize os relatórios de inteligência enviados entre outubro e dezembro do ano passado ao então governo de transição.


A oposição acusa o governo Lula de omissão na montagem do esquema de segurança no dia 8 de janeiro. A base aliada, por sua vez, diz que a oposição quer tirar o foco das investigações sobre quem incitou, organizou e financiou os atos golpistas.


Na última terça (1º), o ex-diretor da Abin Saulo Cunha prestou depoimento à comissão e disse aos parlamentares que, durante a transição de governo, a agência produziu relatórios de inteligência que indicavam a presença de "extremistas" no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.


Ainda segundo Cunha, a Abin também produziu alertas de inteligência entre 2 de janeiro e a madrugada do dia 8 informando que havia no acampamento pessoas que incitavam a invasão e a ocupação de prédios públicos.


Na ocasião, Cunha afirmou que os relatórios e os alertas foram enviados aos órgãos do sistema brasileiro de inteligência, mas que não tinha como assegurar quem de fato havia lido os informes. Explicou, ainda, que em ocasiões nas quais há indícios de crime o Ministério da Justiça e a Polícia Federal são informados.



8 de janeiro e outros episódios

O requerimento aprovado nesta quinta-feira foi apresentado pela relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).


"A ação antidemocrática do dia 8 de janeiro decorreu de uma série de outros movimentos, articulados por todo o país, que se intensificaram a partir do mês de outubro com o resultado das eleições de 2022, como os acampamentos instalados próximos de unidades militares em várias capitais do país", argumentou Eliziane no requerimento.


Na última terça, durante o depoimento à CPI, o ex-diretor da Abin Saulo Cunha afirmou que "não são fatos isolados" os atos golpistas de 8 de janeiro; os atos de vandalismo em Brasília em 12 de dezembro; os bloqueios de rodovias por caminhoneiros bolsonaristas contra o resultado das urnas; e a tentativa de um bolsonarista de explodir uma bomba nos arredores de Brasília.



"Nós encaminhamos uma série de relatórios, que estão à disposição da CPMI. Esses relatórios – vou falar superficialmente porque estão sob sigilo – obviamente enxergam uma sucessão de fatos, certo? Não são fatos isolados. Esses relatórios foram encaminhados não só à CPMI, mas também foram encaminhados à Polícia Federal, que está conduzindo o inquérito sobre atos extremistas", respondeu o ex-diretor da Abin.


Fonte: g1

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