segunda-feira, julho 24, 2023

Ronnie Lessa foi beber em bar depois de matar Marielle, diz Élcio em delação

Ronnie Lessa atirou contra Marielle Franco — Foto: Reprodução/JN; Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio de Janeiro/AFP/Arquivo

Após matar Marielle, Ronnie Lessa foi a um bar na Barra da Tijuca para beber, contou o ex-PM Élcio Queiroz em sua delação sobre o crime.


A informação consta no documento da delação premiada de Élcio, que está preso pelo crime desde 2019, e que a TV Globo teve acesso. No documento, ele dá detalhes de como foi o planejamento do crime, o dia do assassinato e até como se desfizeram do veículo para ocultar provas.


Em um dos trechos da delação, Élcio conta que na noite do dia 14 de março de 2018, após o crime, ele e Ronnie fugiram para a casa da mãe de Lessa. De lá, pediram um táxi até um bar na avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, onde encontraram Maxwell, ex-bombeiro preso na operação nesta segunda-feira (24), para beber.


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Élcio conta que ao chegarem no bar, Maxwell os recepcionou já dizendo que sabiam que eles tinham matado as vítimas porque a imprensa já estava noticiando o caso.


"O Maxwell veio ao nosso encontro e disse que sabia que havia sido a gente, mesmo sem falarmos nada, pois nesse momento já estava passando de 5 em 5 minutos no noticiário", disse Élcio em trecho da delação.

Em sua delação, Élcio revelou que Maxwell e Ronnie tentaram matar Marielle em 2017 em um atentado, mas que o ex-bombeiro havia dito que o carro falhou e, por isso, não conseguiram continuar seguindo a vereador.


“Teve uma hora que o Maxwell falou para mim, como se estivesse se justificando, falando que estava trabalhando nisso há um tempo, que o carro havia falhado e que não havia sido por querer”, disse Élcio na delação.


Élcio diz que Lessa duvidava da versão e que acreditava que ele, na verdade, tinha ficado com medo e inventado a pane mecânica.


Na delação, contou que nesse momento no bar, estava também a esposa de Maxwell, mas que ela não gostava de Lessa e deixou o local. Na sequência, diz que “continuamos ali bebendo e falando de outras coisas”.


Ele conta que seguiram no bar até às 3h, cerca de cinco horas após o assassinato, quando saiu do local acompanhado de Lessa em direção à casa dele, onde havia deixado seu carro para assumir a direção do veículo que usaram para cometer o crime.


Delação

O ex-PM Élcio de Queiroz firmou delação premiada com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Preso desde 2019, ele decidiu falar quatro anos após sua prisão. De acordo com a PF, o motivo seria uma dissonância no discurso de Ronnie Lessa, também preso, que teria mentido à polícia.


A delação abriu novos caminhos na investigação sobre o caso e a PF fez uma operação que terminou com a prisão de Maxwell e com a busca e apreensão em outros sete endereços. Os alvos dos mandados de busca são o próprio Maxwell, além de Denis Lessa, irmão de Roni, que os recebeu após o crime; Edilson Barbosa dos Santos, que ajudou a ocultar o carro usado no crime; João Paulo Vianna dos Santo Soares; Maurício da Conceição Santos Júnior e Jomar Duarte Bittencourt Junior.


Fonte: g1

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