terça-feira, abril 04, 2023

Golpe em app de namoro chantageia vítima com denúncia falsa de pedofilia


Golpistas se passaram por agentes da Polícia Civil para tentar exotrquir um jovem em um novo golpe. O caso foi compartilhado pelo arquiteto Matheus Garcia em sua página no Twitter, e mostra como bandidos usam uma falsa acusação de pedofilia para cooptar vítimas. 


O arquiteto contou ao Byte que um usuário o chamou para uma conversa no aplicativo de relacionamentos Grindr, e em seguida, pediu para que conversassem via WhatsApp. 


Após passar seu número, Matheus começou a receber mensagens de golpistas que se passavam por policiais civis, informando que ele estava sendo acusado de pedofilia. 


“Hoje (03/04) estava de boas em casa quando recebo essa mensagem aqui no WhatsApp, vi isso e já mandei print no grupo de amigos. Já comecei a rir, pq desde quando a polícia vai vir me chamar pelo WhatsApp?”, escreveu a vítima no Twitter.


Na conversa, o golpista diz ser um policial civil do “1º DP”, sem mencionar qual delegacia. Embora o número do criminoso tivesse o DDD 011, de São Paulo, a Polícia Civil de SP informou que a imagem usada pelo criminoso era referente à polícia do estado do Amazonas.


O criminoso então divulga os prints da conversa de Matheus com o rapaz que conhecer no Grindr, e afirma que ele é menor de idade. Por isso, ele estava sendo acusado de pedofilia.


A encenação dos golpistas inclui um vídeo onde eles simulam uma casa revirada, como se tivesse ocorrido uma briga entre os pais e o suposto garoto. 


“Fiquei chocado que montaram até um cenário para passarem o golpe”, disse Matheus. 


Por fim, os golpistas disseram que havia dois métodos para resolver o caso. 


“Ele assinaria o mandato e enviaria pro meu município, para providenciar minha prisão preventiva. Ou, a melhor forma (de acordo com ele): eu arcaria com 50% das despesas dessas coisas destruídas, que no total que ele fez o orçamento dava R$7500,00 e todo o caso sumiria”.


Como o arquiteto logo desconfiou que se tratava de um golpe, desligou a ligação. Ainda assim, continuou recebendo chamadas e mensagens ameaçadoras: “Bom o senhor tá de brincadeira com a justiça é isso senhor [sic]”. 


Em seguida, o arquiteto bloqueou o contato. Ele não registrou boletim de ocorrência, mas disse que recebeu essa orientação de diversos amigos. Mas, achou importante divulgar o caso para evitar que outras pessoas caiam no golpe. 


O Byte entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, e eles afirmaram que as forças de segurança estão empenhadas no combate a todas as modalidades criminosas, incluindo o estelionato, independentemente do meio em que aconteça.


“São Paulo conta com a Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) – criada para combater os crimes cometidos por meios eletrônicos”, esclarece.


O órgão diz ainda que no caso do estelionato, a representação criminal por parte da vítima é necessária, conforme determina a lei. 


“É importante ressaltar que nenhuma autoridade policial jamais vai entrar em contato com um cidadão para avisá-lo de uma suposta acusação, da forma como foi descrito pela reportagem. Para essas e outras orientações à população sobre as modalidades de golpes existentes e como evitá-los, a Polícia Civil disponibiliza a cartilha que reúne recomendações e orientações”. 


A reportagem tentou entrar em contato com a Polícia Civil do Amazonas, mas ainda não obteve retorno.


Fonte: Terra

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