segunda-feira, março 06, 2023

90% dos docentes do RN acreditam que professores saem mais preparados da faculdade quando fazem cursos presenciais; veja pesquisa

Os professores que se formam em cursos presenciais saem mais preparados do que aqueles que fazem a graduação à distância. Essa é a opinião de 90% dos docentes do Rio Grande do Norte entrevistados na pesquisa da ONG Todos Pela Educação.


Escola Estadual Berilo Wanderley, no RN — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi


Desse total, 58% concordam totalmente com a afirmação e outros 32% concordam em parte. Já 7% discorda em parte e 3% discorda totalmente.


O estudo foi realizado pelo Instituto Península e o movimento Profissão Docente, em uma parceria com o Itaú Social, e analisou as respostas de 6.775 entrevistados, entre julho e dezembro de 2022 em todo o Brasil. Todos são funcionários de escolas públicas municipais e estaduais, do ensino fundamental I ao ensino médio.



No país, 84% do docentes concordam que profissionais formados em cursos presenciais estão melhor preparados. O dado acende um alerta, já que atualmente 61,1% dos concluintes dos cursos voltados à formação no Brasil são oriundos de cursos à distância.


Também sobre a preparação para a profissão, a pesquisa aponta ainda que 31% dos professores que atuam no Rio Grande do Norte dizem que os atuais cursos de pedagogia e licenciaturas estão preparando bem os professores para o início da profissão e que 52% deles dizem que não receberam orientação específica em seu primeiro ano de docência.


Outros dados da pesquisa no RN:


Apenas 8% concordam (1% totalmente e 7% em parte) que, no Brasil, os professores são tão valorizados quanto médicos, engenheiros e advogados.

96% dos professores sinalizam que gostariam de participar mais do desenho de políticas e programas educacionais de sua rede de ensino.

94% concordam totalmente que o que traz mais satisfação na profissão é quando percebem que os alunos estão aprendendo.

8 em cada 10 entrevistados concordam que, se pudesse decidir novamente, ainda escolheriam ser professor

95% dos professores concordam (73% totalmente e 22% em parte) que a progressão na carreira deve vir através da melhoria da prática pedagógica

Cerca de 34% dos professores discordam, totalmente ou em parte, que seus planos de carreira atendem suas expectativas de crescimento profissional


Já os desafios no dia a dia das escolas mais elencados pelos professores do RN foram:


o desinteresse dos estudantes pelas aulas (27%) e

a defasagem de aprendizagem dos estudantes (25%).

Os professores entrevistados no estado disseram ainda que as principais ações que a Secretaria de Educação deveria priorizar nos próximos anos, entre 10 medidas elencadas pela pesquisa, são: promover programas de reforço e recuperação para os estudantes (21%), melhorar as condições de infraestrutura das escolas (20%) e oferecer apoio psicológico aos professores e estudantes (15%).


Apesar da maioria concordar que profissionais formados em cursos presenciais são mais bem-preparados, em pedagogia (que prepara profissionais para a educação infantil), há faculdades com notas baixíssimas “caçando” alunos com mensalidades abaixo de R$ 200.


Nesta reportagem, publicada em 2022, o g1 explica quais são os principais problemas dos cursos de formação de professor:


Há um crescimento desenfreado de cursos com aulas à distância, com a maioria dos alunos em EAD, em uma graduação que exigiria mais prática e contato presencial em sala.

As aulas são extremamente teóricas e não preparam os profissionais para a realidade das escolas.

Os mecanismos de avaliação de qualidade são falhos, somados à falta de regulação na abertura/fechamento de cursos.

Existe a preponderância de uma lógica mercantil, em que mensalidades baixas, promoções e ligações de televendas para angariar mais alunos sobrepõem-se à preocupação com a qualidade acadêmica.


fonte: g1

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