segunda-feira, fevereiro 27, 2023

Investigação internacional de jornalistas revela ‘fábrica’ de fake news para campanhas políticas


Jornalistas investigativos de grandes veículos se reuniram num consórcio que revelou a verdadeira identidade do dono de uma verdadeira fábrica de fake news: um israelense que trabalha nas sombras, cobra caro para espalhar mentiras e desinformação nas redes sociais, e diz manipular eleições no mundo todo.


O sujeito se apresenta como "Jorge". Duas câmeras escondidas filmaram a conversa:

"Jorge é apelido. Eu não tenho nome."

"Você não tem nome?"

"Você viu o que diz na porta, né? Nada. Nós somos nada. Nós somos ar."


O homem é pago para espalhar mentiras pelas redes sociais, manipulando a política e as eleições em diversos países. Cobra, no mínimo, 6 milhões de euros.



Mas “Jorge” não sabia que os dois homens reunidos com ele não eram clientes em potencial, e sim repórteres: Gur Megiddo, do jornal ''The Marker", e Omer Benjakob, do diário "Haaretz", os dois de Israel.


"Eu estava me fazendo passar por um israelense que mora nos Estados Unidos e queria adiar uma eleição num país africano", conta Gur.


"E eu me fingi de consultor americano trabalhando com o israelense", diz Omer.


Omer e Gur fazem parte de um consórcio de centenas de jornalistas investigativos do mundo todo. É o "Forbidden Stories". Na tradução, "Reportagens Proibidas".


Nas reuniões, “Jorge” se gabava dos seus supostos resultados no mundo todo: "Já interferimos em 33 eleições presidenciais, e tivemos sucesso em 27."

“Jorge”, na verdade, se chama Tal Hanan. Ele é um ex-oficial das forças especiais israelenses. Veja a reportagem completa no vídeo acima.


O que dizem os citados


O empresário Tal Hanan, que se apresenta como “Jorge, não quis dar entrevista depois das revelações do grupo “Forbidden Stories”. Disse apenas que “nega ter feito qualquer coisa errada”.


Um porta-voz do Facebook afirmou que os robôs virtuais de “Jorge” foram tirados do ar “porque violam as políticas da empresa”. Procurado pelo consórcio internacional de jornalistas, o Google não se manifestou.



O Telegram disse que a vulnerabilidade técnica que poderia permitir a invasão de uma conta é um problema dos sistemas internacionais de telecomunicações, e não é exclusivo do Telegram.


O Twitter pediu ao jornal inglês “The Guardian”, um dos que publicaram as reportagens, mais informações para investigar os robôs criados por “Jorge”.


Fonte: Fantástico

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