segunda-feira, outubro 24, 2022

Escalado por Bolsonaro, ministro da Justiça recuou após recado de Moraes, avaliam investigadores PF

O ministro da Justiça, Anderson Torres, recuou da decisão de ir ao local em que Roberto Jefferson atacou policiais federais por receio de ser acusado de prevaricação, segundo investigadores.


Roberto Jefferson participa de manifestação pró-armas em Brasília, em 9 de julho de 2020 — Foto: Adriano Machado/Reuters/Arquivo

A decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou a ordem de prisão de Jefferson, indica que a intervenção de qualquer autoridade para impedir ou atrasar o cumprimento do mandado seria considerada prevaricação.


O presidente Jair Bolsonaro determinou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, fosse ao interior do Rio de Janeiro acompanhar o caso.


Acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes, Torres foi até a delegacia da PF em Juiz de Fora (MG), que fica a 50 km de Comendador Levy Gasparian, onde Jefferson estava. De lá, gravou um vídeo em que disse ter ido ao local "para acompanhar os trabalhos e o desdobramento desses fatos”.


O ministro da Justiça e o diretor-geral chegaram ao Rio de Janeiro nesta segunda (24).


Jair Bolsonaro e o ministro da justiça e segurança pública, Anderson Torres, participam da entrega de equipamentos para o trabalho de policiais — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil


Vídeo foi teatro bolsonarista

Integrantes da Polícia Federal disseram ao blog estarem indignados com o tratamento dado por outros agentes a Roberto Jefferson.


Um vídeo mostra o ex-deputado, após se entregar, conversando com um policial do grupo de pronta intervenção da PF. Nas imagens, o agente ri enquanto fala com Jefferson. Entre os presentes estava, ainda, o Padre Kelmon.


Ao blog, investigadores classificaram "cafezinho" como um teatro bolsonarista. Isso porque o agente que aparece nas imagens teria ido ao local para "distensionar" a situação. Investigadores disseram também que a operação foi dirigida “politicamente” pelo ministro da Justiça de Bolsonaro.


Jefferson não foi colocado no camburão como determina o procedimento, segundo fontes ouvidas pelo blog. O ex-deputado foi levado preso em um carro blindado, veículo usado para a proteção de presidentes de outros países e para candidatos, como Lula.


Os investigadores apontam que era fato conhecido que Jefferson tinha “arsenal” e que seu registro de CAC poderia ter sido cassado pelo exército, mas não houve recolha do armamento.


Entenda o caso

Roberto Jefferson atirou em policiais federais que cumpriam mandado de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo (23), na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro.


O ex-deputado resistiu a prisão, atacou os policiais a tiros e com pelo menos três granadas, ferindo dois policiais. Os agentes reagiram ao ataque, mas não invadiram o local.


Fonte: g1

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