quinta-feira, setembro 22, 2022

IBGE: 27% das pessoas com deficiência estão dentro do mercado de trabalho no RN

O Rio Grande do Norte é um dos estados do Nordeste com melhor desemprenho geral quando o assunto é inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, atrás apenas de Piauí e Sergipe no ranking. Apesar disso, ainda há, segundo aponta um relatório divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um percentual muito grande de pessoas com deficiência fora do mercado de trabalho.


Estudo do IBGE mostra que taxa de participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho potiguar é de 27% — Foto: Felipe Magalhães/Prefeitura de Bertioga


No estado, a taxa de participação dessa população no mercado trabalhista era de 27% em 2019, ano em que se baseia os dados do IBGE apresentados na publicação "Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil". Isso quer dizer que de dez pessoas com deficiência no RN, menos de três estão inseridas no mercado.



Quando a análise é referente ao público sem deficiência, a taxa sobe para 59,5%. No cenário nacional, os percentuais são parecidos, com a taxa de participação de 28,3% para as pessoas com deficiência e 66,3% para as sem deficiência.


O estudo ainda aponta o nível de formalização dos trabalhadores com deficiência. Em 2019 essa taxa específica estava em 29,9%, menor que os 44,9% registrados para quem não tem essa condição. Quanto a desocupados, 8,2% das pessoas com alguma deficiência estavam nesse grupo, taxa menor que a nacional, que circulava em 10,3%.


O estudo explica que a diferença estatística entre a entrada e permanência de pessoas com e sem deficiência no mercado de trabalho mostra as dificuldades de inclusão enfrentadas por quem tem alguma deficiência.


"A inserção no mercado de trabalho, sobretudo a partir de ocupações formais, é um desafio para as pessoas com deficiência, as quais devem lidar com variados fatores adversos, como a inadaptação dos espaços em que transitam, tanto no local de trabalho, como no deslocamento, o 'capacitismo', entre outros", destaca a publicação.

Para a publicação do levantamento, o IBGE analisou dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Em relação ao mercado de trabalho, foram consideradas pessoas de 14 anos ou mais.



Segundo a pesquisa, o estado tinha em 2019, 303 mil pessoas com alguma deficiência, ou seja, 9,7% da população potiguar.


Analfabetismo

O estudo apresentado pelo IBGE também trouxe informações sobre a educação das pessoas com deficiência no país e no estado. Levando-se em conta que, proporcionalmente ao total de alunos que possuíam algum tipo de deficiência em 2009, apenas 15,7% das Escolas do Ensino Fundamental nos anos iniciais, 30,1% das Escolas do Ensino Fundamental dos anos finais e 41,2% do Ensino Médio possuíam adaptações nas infraestruturas capazes de receber esses alunos. Em 2019, esses números saltaram para 68,9%, 84,1% e 87,3%, respectivamente.


Taxa de analfabetismo de pessoas entre dez ou mais anos está em 39,3%, e de 60 anos ou mais em 44,1% — Foto: Pixabay/Divulgação


"Observa-se uma melhor infraestrutura do estado para poder receber o aluno com deficiência", diz o IBGE. Entretanto, em proporção ao total de pessoas com deficiência, ainda há muito o que se avançar, complementa o instituto. A taxa de analfabetismo de pessoas entre dez ou mais anos está em 39,3%, e para as de 60 anos ou mais o percentual ficou em 44,1%.


Acesso à internet

O IBGE também apresentou números relativos ao acesso à internet. Segundo a pesquisa, 70,2% dos potiguares com alguma deficiência tinham acesso domiciliar à rede de computadores. Esse é o maior percentual do Nordeste. Já dentre as pessoas sem deficiência, essa proporção sobe para 83,2%.


Considerando os tipos específicos de deficiência analisados pelo IBGE, os indivíduos com deficiência física nos membros inferiores tinham a menor proporção de acesso, 63,3%, e as pessoas com deficiência mental, a maior proporção, 76,3%. Os estados que apresentaram as maiores proporções de pessoas com deficiência com acesso domiciliar à internet foram Rio de Janeiro (75,2%) e São Paulo (78,5%), além do Distrito Federal (86,8%).


Fonte: g1

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