segunda-feira, agosto 22, 2022

Para aliados de Lula, PT deixou Bolsonaro dominar agenda na primeira semana de campanha

Aliados do ex-presidente Lula, candidato do PT à Presidência nas eleições deste ano, avaliaram ao blog que o partido deixou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, pautar a agenda na primeira semana de campanha.


O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidatos à Presidência nas eleições deste ano — Foto: Carla Carniel/Reuters


Para interlocutores de Lula, Bolsonaro direcionou o debate para a disputa pelo voto evangélico e saiu ganhando. Dizem que, mesmo com uma campanha baseada em fake news, Bolsonaro conseguiu levar Lula para esse "canto do ringue".


O blog já mostrou que a campanha de Bolsonaro tem a "guerra santa" como estratégia. O presidente tem ido a igrejas e feito discursos sobre Deus. Enquanto isso, Lula tem dito que não fará "guerra santa" para não estimular a rivalidade de religiões, e Ciro Gomes (PDT) tem afirmado que Bolsonaro está "manipulando" a fé das pessoas.



Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais e busca formas de conseguir mais votos. Levantamento Datafolha divulgado na semana passada mostrou Bolsonaro com 32%, enquanto Lula aparece com 47%


A ordem na campanha de Lula é tirar a eleição da disputa religiosa, combatendo as fake news, e focar na agenda de país.


"A eleição não é uma disputa religiosa, é uma discussão sobre o futuro do país, é uma agenda de país, para católicos, evangélicos, espíritas e outras religiões", afirma a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.


Agora, o PT quer reverter e evitar que Bolsonaro domine a agenda da campanha.


"Ele não tem um projeto para o país, por isso leva o debate para o campo dos costumes e da moral, quando a população quer saber é como será o seu futuro na economia, na educação, na saúde", completa Gleisi.


Ela diz que o PT não vai cair na agenda religiosa de Bolsonaro, mas vai combater as notícias falsas.


"Durante o governo Lula, os evangélicos tinham representantes no Conselhão, eram ouvidos pelo presidente, nenhuma igreja foi fechada, vamos mostrar isso", afirmou, para combater a disseminação de notícia falsa pela equipe de Bolsonaro.


Os petistas sabem que o candidato que domina a agenda tem mais chances de subir nas pesquisas de intenção de voto. Por isso, quer evitar ficar “batendo boca” com Bolsonaro no campo dos costumes e da religião, onde o presidente se dá melhor e o PT, pior.



Inicialmente, o PT não iria adotar nenhuma estratégia para reverter a perda de votos entre evangélicos, mas depois avaliou que “dormiu no ponto” e precisa atuar para estancar a alta do presidente neste segmento do eleitorado.


No fim de semana, o comitê de Lula pediu o registro no Tribunal Superior Eleitoral de vários perfis dedicados ao público evangélico, na busca de falar diretamente com esses eleitores.


Além disso, Lula vai continuar dizendo ser contra a “instrumentalização da fé” e que igreja não pode se transformar em partido político. Ao mesmo tempo, aliados do petista no mundo evangélico, como André Janones, vai começar a atuar diretamente neste eleitorado para melhorar a posição do petista.


Fonte; Blog do Valdo Cruz

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!