segunda-feira, agosto 22, 2022

Ciro diz que Bolsonaro faz 'apologia à ignorância' e Lula promove 'memória afetiva mentirosa'

Terceiro colocado nas pesquisas, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, fez nesta segunda-feira (22) ataques aos candidatos que estão à frente nos levantamentos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Para o pedetista, o atual presidente faz "apologia à ignorância", enquanto o petista promove uma "memória afetiva mentirosa" de seus governos.


Ciro Gomes durante evento promovido por empresários varejistas em São Paulo — Foto: Reprodução/Facebook Ciro Gomes


Ciro Gomes participou de evento organizado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) em São Paulo. Entre os presentes, estavam os empresários Flávio Rocha, proprietário da rede de lojas de departamento Riachuelo; e Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza.



Pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (18) apontou que 7% dos entrevistados disseram que vão votar em Ciro nas eleições de outubro. Lula aparece com 47% e Bolsonaro tem 32%. A campanha do pedetista tenta conquistar votos entre os eleitores que não querem a reeleição de Bolsonaro e os que não querem o retorno do PT ao poder.


Sobre Bolsonaro, Ciro afirmou que o candidato do PL não apresentou propostas para o país e, antes de virar presidente, era um deputado de pouca relevância no Congresso.


"[Em 2018], Bolsonaro não apresentou uma obra, dizendo: 'Olha, eu venho de um passado, eu fui prefeito, fui governador, fui presidente de uma ONG'. Não, não tinha essa obra. Era um deputado de baixo clero, com uma biografia de pequenos roubos, pequenos assaltos aos pequenos dinheiros dos privilégios dos políticos. O Bolsonaro não apresentou nenhuma ideia. Ele chamou o Paulo Guedes e disse assim: 'Tá aqui, olha, o Paulo Guedes. Eu não entendo nada'. Porque, de repente, a apologia à ignorância virou elemento central de afinidade de um político com o povo", afirmou o pedetista.


Em relação a Lula, o presidenciável do PDT, que foi ministro da Integração no primeiro mandato do petista, afirmou que o ex-presidente age "irresponsavelmente" quando diz que, se eleito, o brasileiro de baixa renda voltará a consumir "picanha e cerveja". Ele também afirmou que houve uma concentração de riqueza nos períodos de Lula à frente do Palácio do Planalto.



"Ele [Lula] não tem a menor ideia do que aconteceu com o Brasil e com o mundo dali [2011] para cá. Ele não tem a menor ideia, porque não tem interesse em estudar, nem coisa nenhuma. Ele considera o povo um bando de imbecil, que tem que ser incitado por essa memória afetiva mentirosa. Ele nunca promoveu picanha e cerveja para o povo. Quando terminou o mandato do Lula, cinco brasileiros acumulavam a renda dos 100 milhões de brasileiros mais pobres", disse.


Ainda sobre os adversários, Ciro Gomes afirmou que as candidaturas de Lula e Jair Bolsonaro "alimentam" uma a outra.


"O Bolsonaro é produto da imensa decepção que o brasileiro sentiu com a corrupção e com a crise econômica que o Lula e o PT produziram no brasil. A solução para tirar o Bolsonaro não é voltar àquela força que deu causa à existência do Bolsonaro", disse.


Participação do estado na economia

Durante a conversa com os empresários do varejo em São Paulo, Ciro defendeu uma participação forte do estado no desenvolvimento econômico do país, com alocação de investimentos em indústria, infraestrutura, educação, e ciência e tecnologia.


O candidato do PDT se envolveu em uma discussão com o empresário Flávio Rocha, que em 2018 chegou a se lançar como pré-candidato à Presidência pelo Republicanos – partido que hoje compõe a base governista de Bolsonaro. Rocha acabou desistindo da disputa naquela ocasião. No evento desta segunda-feira, Rocha defendeu o livre mercado em detrimento do estado como indutor da economia.



"Nenhum domínio, nem na química, nem na biologia, nem na farmácia, nem na eletrônica, nenhum domínio foi feito pela iniciativa privada. Porque é muito caro, Flávio. A pesquisa básica é inviável de ser remunerada pelo capitalismo", afirmou o pedetista.


"A vacina da Pfizer é dinheiro do Estado?", indagou Flávio Rocha.


"Tudo foi Estado. Você não sabe não que quem pagou a pesquisa da Covid-19 foi o Estado americano? Por favor, Flávio, desintoxica. Meu amigo, eu tenho visto a tua inflexão. Vamos raciocinar juntos. A vacina foi feita com uma inversão poderosa do Tesouro norte-americano. O que eu quero fazer é o seguinte você faz a etapa que cabe ao Estado, e somente ele é capaz de fazer, e difunde ", afirmou Ciro Gomes.


Em outro momento, Ciro Gomes disse também que, se eleito, pretende aumentar a participação popular nas decisões do governo federal a partir de plebiscitos e referendos, em especial nos temas de maior impasse.


Ele afirmou ainda que pretende fazer uma reforma tributária, com a unificação de seis impostos em um único Imposto sobre Valor Agregado (IVA).


"Eu proponho uma amplíssima reforma tributária. Uma reforma tributária que substitua todo modelo atual. Vou te dar um exemplo prático. O mundo inteiro tem um tributo sobre valor adicionado que é cobrado no consumo, chama IVA em português, VAT, na prática internacional. O Brasil tem seis. Eu quero fazer em linha com as melhores práticas unificar os seis tributos em valor adicionado em um único tributo. Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL), PIS, Cofins, ISS, IPI, ICMS seriam unificados num único tributo, o IVA", declarou o pedetista.


Fonte: g1

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