terça-feira, junho 21, 2022

Lula diz que CPI da Petrobras é tentativa de Bolsonaro 'jogar a responsabilidade da sua incapacidade' em cima de outros

Pré-candidato à Presidência pelo PT, Lula disse na manhã desta terça-feira (21), em São Paulo, que a tentativa de o governo federal instaurar uma CPI para investigar a Petrobras é uma forma do presidente Jair Bolsonaro (PL) "jogar a responsabilidade de sua incapacidade" nos outros.


"A primeira coisa que ele [Bolsonaro] tenta fazer é jogar a responsabilidade da sua incapacidade diuturnamente em cima dos outros", afirmou Lula.

A fala do petista ocorreu durante o lançamento do esboço do plano de governo da chapa do partido com outras siglas e que tem Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice-presidente.


Integrantes do governo Bolsonaro consideram a CPI da Petrobras como palco eleitoral, caso do líder governista da Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), conforme publicado por Andréia Sadi em seu blog.


Barros disse que a comissão seria responsável por investigar "supostas irregularidades no processo de definição dos preços de combustíveis".


A proposta do PT sobre combustíveis tem como base "abrasileiras os preços dos combustíveis", discurso repetido por Lula em suas viagens pelo país. A ideia consiste em acabar com a Paridade de Preços Internacionais, a PPI, que define o valor da gasolina e diesel, por exemplo. No documento, o partido ainda se põe contra a Privatização da Petrobras.


Lula e Alckmin em evento na capital paulista, nesta terça-feira (21) — Foto: Isaac Fontana/CJPress/Estadão Conteúdo


Lula ainda disse em seu discurso que Bolsonaro poderia reduzir o preço dos combustíveis "com uma canetada". "Ele poderia ouvir o conselho da Petrobras e reduzir o preço", afirmou.


Na segunda-feira (20), Bolsonaro disse a apoiadores que a Petrobras "tem reservado em documento deles atingir uma meta, R$ 200 bilhões no corrente ano para os acionistas", o que foi negado pela empresa.


Lançamento das propostas

O PT e partidos aliados lançaram oficialmente o texto inicial para o plano de governo da chapa Lula-Alckmin para a eleição presidencial de outubro. O encontro ocorreu na Fundação Perseu Abramo, região central da capital paulista.


Além de Lula, esteve presente Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice-presidência, e representantes de outros partidos aliados, casos de PCdoB, PV, Rede, Psol e Solidariedade, para apresentar as ideias iniciais para as propostas de um eventual governo.


Alckmin falou sobre a necessidade de retomar o crescimento econômico, mas que aconteça com transferência de renda e sem destruir o meio-ambiente. O ex-tucano criticou eventos recentes promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que esteve em Manaus na última semana para um passeio de moto com apoiadores.


"Não se faz um programa de governo democrático em cima de motociata, em jetsky, é ouvindo a população, dialogando", disse Alckmin.

O ex-governador de São Paulo terminou o discurso com uma defesa da democracia, ao dizer que "nós, as pessoas, passamos. As instituições ficam. Precisamos ter boas instituições".


Lideranças como Gleisi Hoffmann e Carlos Siqueira, presidentes de PT e PSB, respectivamente, discursaram antes dos pré-candidatos. Também participaram Randolfe Rodrigues (Rede), Paulinho da Força (Solidariedade), Luciana Santos (PCdoB), entre outros.


O ex-senador Eduardo Suplicy interveio antes da fala de Lula e cobrou o fato de não ter sido convidado formalmente para a reunião e de a renda básica de cidadania, proposta que defende há anos, não estar no projeto. Mediador do encontro e responsável pela elaboração do documento, Aloizio Mercadante respondeu que a proposta está, sim, incluída no programa. Suplicy se comprometeu a defender a campanha Lula-Alckmin.


O que diz o texto

As diretrizes para um eventual governo Lula-Alckmin havia sido entregue às legendas parceiras no início deste mês, conforme divulgado pela colunista do g1 Julia Duailibi.


Entre os principais pontos, o texto previa revogar a reforma trabalhista feita no governo de Michel Temer (MDB), se posicionava contrário à privatização da Eletrobrás - que acabou aprovada e teve capital aberto na bolsa de valores de São Paulo na última semana - e criticava a "orientação passiva" na política cambial.


Os partidos solicitaram ajustes no material no intervalo de duas semanas desde que receberam o texto e a apresentação nesta manhã. O ponto mais relevante, como publicou Julia Duailibi, envolve a reforma trabalhista, ponto amenizado nas diretrizes - abandonou a revogação da reforma em si para revogação de "marcos regressivos" na legislação trabalhista.


Os partidos criaram um site para que as pessoas tenham acesso ao documento, debates semanais e espaço para envio de propostas. Segundo o PT, haverá uma equipe de moderadores para coordenar as ideias enviadas, que serão publicadas com a conclusão do plano de governo.


Lula e Alckmin estão oficialmente aliados na campanha presidencial desde o dia 7 de maio, com oficialização da pré-campanha. No evento realizado em São Paulo, Alckmin estava com covid e participou de forma virtual.



Os dois seguem com viagens pelo Brasil como forma de colar a imagem do ex-governador de São Paulo, quadro histórico do PSDB, com a campanha petista. A dupla esteve junta em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.


A intenção do PT é associar a figura de Ackmim com a de Lula para, posteriormente, o ex-tucano dialogar com empresários e eleitorado mais ao centro para trazer apoio à candidatura de Lula para um terceiro mandato - presidiu o Brasil entre 2002 e 2010.


Fonte: g1

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