A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota nesta quinta-feira (14) em que cita possível "quebra desleal" de um acordo com a categoria por parte do governo Jair Bolsonaro.
No documento a entidade diz que o Executivo "não cumprirá" um compromisso, que teria sido assumido pelo presidente, de reestruturação das forças policiais da União. E que o governo não reconhece o que a associação chama de "sacrifício" dos policiais federais.
A nota da ADPF foi emitida depois que a colunista do g1 Ana Flor divulgou a intenção do Executivo de conceder reajuste de 5% a todos os servidores federais.
Incialmente, o presidente Jair Bolsonaro pretendia dar reajuste somente a servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e de agentes penitenciários.
"Se a informação se confirmar, haverá uma quebra desleal do compromisso que será sentida ainda mais depois das diversas perdas sofridas pelos policiais federais durante este governo, que sempre teve entre suas bandeiras a segurança pública", diz o comunicado dos representantes de delegados da PF.
Pré-candidato do PL à reeleição, Bolsonaro fez ao longo de seu governo vários acenos a policiais e militares, de quem espera votos no pleito de outubro.
Na nota divulgada nesta quinta, a ADPF diz que "os policiais federais precisam ser valorizados e a segurança pública tratada efetivamente como prioridade e não [como] objeto de discursos vazios ou um slogan de campanha".
No documento, a associação diz não se opor a quaisquer reajustes aos demais servidores públicos. "No entanto, é preciso ressaltar que este Governo não está reconhecendo o sacrifício feito todos os dias pelos Policiais Federais que mesmo durante a pandemia continuaram atuando firmemente e batendo recordes de operações", afirma a ADPF no comunicado.
Categorias insatisfeitas
A informação de possível reajuste linear de 5% aos servidores federais não desagradou somente aos delegados da PF.
Representantes dos servidores do Tesouro Nacional, da Controladoria-Geral da União (CGU), do Banco Central e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) avaliaram nesta quinta-feira que a proposta do governo é insuficiente.
Servidores da Receita Federal também se dizem insatisfeitos e cobram bônus por desempenho.
Fonte: g1
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