domingo, agosto 22, 2021

Delegado vai tomar novos depoimentos em inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

Fazendo upload: 344927 de 344927 bytes.


A Polícia Federal informou nesta sexta-feira (20) ao Supremo Tribunal Federal que vai tomar novos depoimentos no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da instituição para blindar aliados e familiares de investigações.


Em ofício enviado ao STF, o delegado Felipe Alcântara Leal questiona ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, se a Procuradoria-Geral da República e a defesa do ex-juiz Sergio Moro terão oportunidade de fazer questionamentos para essas novas oitivas. O documento não apresenta os nomes de quem será ouvido.


No mês passado, Moraes determinou a retome das investigações do inquérito que estava suspenso esperando o Supremo definir sobre o formato do depoimento de Bolsonaro (se por escrito ou presencial). O julgamento do STF sobre o tema está marcado para setembro.


O inquérito foi aberto pelo STF em 2020 a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.


Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o então diretor-geral da corporação Maurício Valeixo, indicado por Moro (leia detalhes mais abaixo).



Desde que Moro fez a acusação, Bolsonaro nega ter tentado interferir na corporação.


Reunião ministerial

Ao longo da tramitação do inquérito, o ex-ministro Sergio Moro apontou duas fontes de provas sobre a suposta interferência de Bolsonaro na PF: mensagens de celular trocadas entre os dois e o registro da reunião ministerial no Palácio do Planalto em abril de 2020.


Na ocasião, Bolsonaro disse:


"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f... minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira."


Relembre detalhes da reunião ministerial na edição abaixo do podcast "O Assunto":


Segundo Moro, ao mencionar a palavra "segurança", Bolsonaro se referia à Polícia Federal no Rio de Janeiro.


O presidente, por sua vez, sempre argumentou que se referia à sua segurança pessoal, exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional.


O Jornal Nacional, contudo, mostrou que os seguranças de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que coloca em xeque a versão do presidente. 


Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!