segunda-feira, agosto 23, 2021

Carmén Lúcia diz que país não tem 'vocação para tirania' e questiona a quem interessa o caos

 A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse durante uma palestra nesta segunda-feira (23) que, na opinião dela, o país não tem "vocação para a tirania". Sem citar nomes, a ministra criticou quem espalha desinformação, defendeu a urna eletrônica e questionou: "A quem interessa o caos?"


A fala da ministra ocorre em um momento de extrema tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e o poder Judiciário.


No ápice da crise até aqui, Bolsonaro apresentou, na sexta-feira (20), um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.


Ministra Cármen Lúcia, em foto de arquivo, durante sessão no STF — Foto: Carlos Moura/STF


O presidente está insatisfeito com investigações que correm sob a responsabilidade de Moraes. Em uma delas, o inquérito das fake news, Bolsonaro foi recentemente incluído como investigado. Outra, o inquérito contra eventos antidemocráticos, fez buscas na sexta em casas de aliados do presidente.


Moraes também é responsável pelo inquérito das milícias digitais, que prendeu o presidente do PTB, Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro.


No TSE, o presidente é investigado por disseminar informações falsas de que as urnas eletrônicas não são seguras.


“Eu acho que nós não temos vocação para a tirania, acho que temos vocação para a liberdade [...]Quem gosta de sombra é cego. Quem tem olhos gosta de luz. E a liberdade é o regime de luz, não a tirania”, disse Cármen Lúcia na palestra.


Ela ressaltou que “as urnas eletrônicas são confiáveis e confiadas pelo cidadão brasileiro”.


“Quem planta contra, tem que pelo menos ter uma pergunta: a quem interessa o caos, a quem interessa a desinformação, a quem interessa a ausência de liberdade ao ser humano?” , continuou a ministra.


Cármen Lúcia disse ainda que não se pode “admitir traidores da Constituição, que são traidores da história brasileira do presente e, principalmente, do futuro”.


"Os limites são postos pela Constituição. Compete ao Poder Judiciário e, em última instância, ao Supremo, como última palavra, fazer cumprir a Constituição. Ou nas palavras exatas, guardar a Constituição. Isso estamos fazendo, e por isso várias vezes estamos sendo ameaçado, xingados”, completou.


Fonte: G1

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