segunda-feira, agosto 23, 2021

Trump é vaiado em comício ao defender vacinação contra Covid

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi vaiado em um comício no estado do Alabama ao defender a vacinação contra a Covid-19.


Trump chegou a interromper o seu discurso e defender a liberdade de quem não quer se vacinar após as vaias.


O Alabama vive uma alta no número de infectados, não tem mais leitos de UTI disponíveis e mais de 67% da população ainda não foi totalmente vacinada (contra menos de 40% da população americana).


O comício "Salve a América" ocorreu ​​em Cullman, no sábado (21), dois dias após a cidade decretar estado de emergência devido à Covid-19.


Trump discursa a apoiadores em comício no estado do Alabama no sábado (21). Ex-presidente dos EUA foi vaiado ao defender a vacinação contra Covid-19. — Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP


"Eu acredito totalmente na sua liberdade, eu acredito. O que você tem de fazer você tem que fazer. Mas eu recomendo: tomem a vacina! Eu tomei e é boa. Tomem a vacina", afirmou Trump (e foi vaiado).

O ex-presidente dos EUA chegou a fazer um sinal de "não" com a mão, em direção a quem o estava vaiando, mas na sequência disse: "Não, tudo bem, tudo certo. Vocês têm suas liberdades, mas eu tomei a vacina".


Na sequência Trump causou risadas em parte da plateia ao dizer: "Se não funcionar, vocês vão ser os primeiros a saber, ok?".


Vacinação nos EUA

Terceiro país mais populoso do mundo, com 331 milhões de habitantes, os EUA têm o maior número de infectados e de óbitos (37,7 milhões e 628 mil, respectivamente) e é o terceiro em vacinas aplicadas (362 milhões).


Mais de 60% da população recebeu ao menos uma dose e 51% está completamente imunizada, mas a vacinação teve uma forte desaceleração nos últimos meses, diante da resistência de parte dos americanos.


O número de doses aplicadas por dia caiu de uma média de mais de 3,3 milhões em abril para menos de 900 mil atualmente, e os EUA hoje administram menos vacinas por dia do que China (12 milhões), Índia (4,8 milhões), Brasil (1,7 milhão) Japão (1,2 milhão) e até Indonésia (1,05 milhão).



Assim, os EUA foram ultrapassados por dezenas de países na porcentagem da população imunizada, como Uruguai (71%), Chile (69%), Portugal (67%), Canadá (65%), Mongólia (62%), Butão (61%), Hungria (56%), França (54%) e até a China (53%), que tem 1,4 bilhão de habitantes.


Casos e mortes voltam a disparar

Ao mesmo tempo em que ficou para trás na vacinação, os EUA viram o número de casos e mortes voltar a disparar devido a surtos de infecções causados pela variante delta em regiões com baixas taxas de imunização.


O número de casos confirmados por dia, que havia despencado de uma média de mais de 250 mil em janeiro para menos de 12 mil em junho, voltou a disparar e já está em quase 150 mil atualmente.


Já o número de mortes, que havia despencado de uma média de quase 3,5 mil por dia em janeiro para menos de 250 em julho, mais que quadruplicou em um mês e meio e já está de novo acima de 1 mil.


Todos os dados sobre a pandemia são do "Our World in Data", projeto ligado à Universidade de Oxford.


Trump e Biden vacinados

Ao contrário do atual presidente dos EUA, Joe Biden, Trump não tornou pública a sua vacinação contra a Covid-19.



O ex-presidente americano e a ex-primeira-dama Melania receberam a primeira dose quando ainda estavam na Casa Branca, em janeiro, mas a informação só foi revelada em março, por um assessor.


O ex-presidente dos EUA Donald Trump e a ex-primeira-dama Melania Trump deixam a Casa Branca em 20 de janeiro de 2021, dia da posse Joe Biden — Foto: Leah Millis/Reuters


Tanto Trump quanto Melania tiveram Covid-19 em outubro do ano passado. A ex-primeira-dama teve sintomas leves e foi tratada em casa, mas o ex-presidente chegou a ser hospitalizado.


Após receber alta, Trump disse que estava imune à doença — o que não é verdade, já que é possível ser contaminado e ter Covid-19 mais de uma vez.


Já Biden tomou a primeira dose ainda em dezembro e a segunda dose em janeiro, antes de assumir o cargo, e a vacinação foi em público, para incentivar a imunização nos EUA.


Fonte: G1

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