domingo, julho 18, 2021

Governo já admite associação entre assessores e militares em negociações suspeitas de vacinas

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A equipe do presidente Jair Bolsonaro já admite, reservadamente, uma associação entre militares da reserva e assessores indicados por políticos em negociações suspeitas de vacinas com o Ministério da Saúde. Dentro do Palácio do Planalto, a ordem é dizer que esses negócios não chegaram a se concretizar.


As descobertas da CPI da Covid são, por sinal, um dos principais motivos da elevada irritação do presidente da República nas últimas semanas, que acabou internado por causa de uma obstrução intestinal. Bolsonaro tem reclamado a assessores de que a comissão do Senado está tentando "colar" nele a imagem de comandar um governo com corrupção.


Por sinal, hoje, interlocutores de Bolsonaro avaliam que a reação às denúncias dos irmãos Miranda foi totalmente equivocada e contribuiu para aumentar o desgaste do governo.


O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, é apontado como responsável pela estratégia classificada de atrapalhada, que tentou desqualificar as denúncias dos irmãos Miranda e deixou o presidente na defensiva.


Segundo assessores presidenciais ouvidos pelo blog, o governo avalia que há indícios de tentativas de negociações suspeitas da parte do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, indicado por políticos da base aliada, e do coronel da reserva Marcelo Blanco, que foi assessor da pasta. Os dois negam qualquer irregularidade e refutam as acusações.


Um auxiliar presidencial disse ao blog que o Palácio do Planalto suspeita que assessores indicados por aliados e militares nomeados a partir da chegada de Eduardo Pazuello acabaram se associando para tentar tirar proveito financeiro nas negociações para compra de imunizantes, principalmente nas tratativas em que havia a participação de intermediários.


Entre os assessores e aliados do presidente, o discurso é que as tentativas de negócios irregulares não se concretizaram, porque, ou não houve pagamento, no caso da Covaxin, ou o contrato acabou não sendo assinado, no caso das negociações envolvendo a Davati.


A cúpula da CPI da Covid tem outra avaliação. Primeiro, houve a assinatura de contrato de compra da Covaxin. E só a intenção já é classificada, juridicamente, como uma corrupção. E, no caso da Davati, a denúncia de tentativa de cobrança de propina é grave e teria sido feita por assessores do Ministério da Saúde.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

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