quarta-feira, abril 21, 2021

Governo prepara relatório de ações a fim de municiar aliados convocados pela CPI da Covid



O governo do presidente Jair Bolsonaro começou a preparar um balanço geral de todas as ações realizadas pelos ministérios no combate à pandemia do coronavírus.


O objetivo é dar munição a ministros e aliados que serão convocados a depor na CPI da Covid, cuja primeira reunião está marcada para a próxima terça-feira (27).


Segundo assessores presidenciais, a ideia é usar a comissão para dar publicidade a tudo o que o governo fez até agora e tentar reverter o jogo, desfavorável a Bolsonaro.


"Vamos ter de conviver com a CPI. Então, vamos usá-la para reverter o jogo. O que muitos acham que pode ser usado contra o presidente, pode acabar sendo um local para mostrarmos tudo o que foi feito e não é reconhecido totalmente até agora", disse ao blog um assessor presidencial.


O material que está sendo elaborado, segundo esse assessor, será usado para preparar "quem for chamado do lado do governo" para prestar depoimento na CPI.


Além disso, os dados e levantamentos serão repassados aos senadores aliados do Palácio do Planalto para que possam defender Bolsonaro.


A primeira reunião para elaborar o balanço das ações do governo federal no combate à pandemia já foi realizada no Palácio do Planalto.


Sob a coordenação da Casa Civil, reuniu os ministérios que desenvolveram algum tipo de medida durante o enfrentamento do coronavírus.


"Temos muito o que mostrar. A hora é de mostrar tudo, e a CPI pode ser o local ideal", acrescentou o auxiliar.


Uma das preocupações do governo é com o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que será um dos principais alvos de investigação da CPI da Covid.


Ele será um dos que terão treinamento para depor na comissão porque teve a gestão à frente da pasta muito criticada.


Pazuello é apontado como um seguidor das ordens do presidente da República — por exemplo, na defesa do tratamento precoce contra a Covid-19, criticado por especialistas da área da saúde e cuja ineficácia está cientificamente comprovada.


Depois de tentar evitar a indicação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI da Covid, o governo já dá como irreversível a escolha do emedebista para o posto.


Para auxiliares de Bolsonaro, Renan Calheiros é um senador experiente e não irá se furtar a conversar com o governo para esclarecer situações que surgirem na CPI.


Segundo eles, no final das contas, melhor ter Renan na relatoria que ter na presidência o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de criação de comissão.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!