quarta-feira, abril 21, 2021

Mossoró ultrapassa 400 mortes por Covid-19

O município de Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do Norte, ultrapassou a marca de 400 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), a cidade chegou na terça-feira (20) a 409 óbitos pela doença, sendo a segunda com maior registro no estado. Nesta semana, Natal ultrapassou as 2 mil mortes.


Morte por Covid-19 enterro velório carro funerária Mossoró RN hospital — Foto: Hugo Andrade/Inter TV Costa Branca


Uma das vítimas mais recentes do vírus na cidade foi o estudante de educação física Tiago Fernandes do Nascimento, de 32 anos de idade, que também era professor de handebol de uma escola. Ele perdeu a batalha para a Covid-19 na segunda-feira (19), justamente o dia em que a cidade rompeu a marca dos 400 óbitos. A morte do rapaz causou comoção na cidade.


"Ele era uma pessoa muito dedicada, prestativa, com características que vão ficar marcadas em todos nós. Ele contagiava a todos. Tive a oportunidade de tê-lo como aluno no curso de educação física. Ele tinha um futuro brilhante", disse emocionado Humberto Jefferson de Medeiros, que foi professor de Tiago.

A primeira morte por Covid-19 em Mossoró aconteceu há mais de um ano, no dia 28 de março de 2020. O professor da UERN, Luiz di Souza, de 61 anos, foi também a primeira vítima da doença em todo o Rio Grande do Norte.


O município tem 17.738 casos confirmados da doença e uma taxa de letalidade de 2,31% - a média nacional é de 2,34%.


Depois de Natal e Mossoró, os municípios com mais mortes registradas por Covid-19 são Parnamirim (382) e São Gonçalo do Amarante (170).


Abril com mortes

Este mês de abril já é considerado um dos mais letais da pandemia no município, registrando 59 mortes até a terça-feira (20): são quase três óbitos por dia. Em todo mês de março, foram 50 mortes.


O número, até o momento, só é menor no município do que o do mês de junho do ano passado, quando 69 pessoas morreram de Covid-19 em Mossoró.


A alta média de óbitos acontece num período crítico para o sistema de saúde. Desde março, a taxa de ocupação dos leitos de UTI ultrapassa os 80% na Região Oeste, atingindo a lotação máxima em vários momentos.


"A gente recebe com tristeza o nome de cada pessoa que está internada e vem a morrer. Mossoró precisa muito do apoio da população para que a gente consiga diminuir esses índices", afirmou a secretária de saúde de Mossoró, Morgana Dantas.


Leitos de UTI COVID-19 no Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró RN — Foto: Divulgação/Sesap


Segundo a titular da pasta, a cidade ainda aguarda a implantação de mais cinco leitos de UTI no Hospital do Câncer por parte da Sesap. Na terça-feira (20), 12 pacientes aguardavam por um leito de UTI, de acordo com o Regula RN.


Reflexo de meses anteriores

Para o médico epidemiologista Ion de Andrade, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), as mortes atuais causadas pela Covid-19 são reflexo de um conjunto de fatores que começaram a se desenvolver ainda nos meses anteriores.


"A situação pode sempre melhorar ou piorar. Vai depender das decisões tomadas tanto da população quanto do poder público. O aumento do número de óbitos é um problema multifatorial. As mortes são uma percepção de retrovisor. Eles falam a favor de um contágio que aconteceu a mais ou menos um mês atrás. A gente teve um pico de transmissão da Covid-19 e estamos pagando a fatura agora desse processo de relaxamento em meses anteriores. Além da presença de novas variantes mais agressivas e a sobrecarga dos serviços de saúde", falou.


O especialista ainda alerta que não se tem certeza de como serão as próximas semanas da pandemia no município e no estado. Ele frisa que o comportamento da população é fundamental na tentativa de lutar contra o coronavírus.


"Aqui no RN, parece que estamos num platô, com uma aparente tendência de queda. Se isso vai continuar no mês que vem, nós não sabemos. Vai depender do comportamento das pessoas. E o poder público também tem responsabilidade na manutenção das medidas que estão sendo tomadas".


Fonte: G1

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