terça-feira, fevereiro 23, 2021

Conselho de Ética da Câmara instaura processo que pode levar à cassação de Daniel Silveira



O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou na tarde desta terça-feira (23) um processo disciplinar para apurar a conduta do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) e que pode levar à cassação do mandato dele.


Também nesta terça, o Conselho de Ética da Câmara abriu processo disciplinar que pode levar à cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser a mandante do assassinato do marido.


Após a instauração, foram sorteados os nomes de três deputados que formam a lista tríplice de onde sairá o relator do caso de Silveira. São eles: Professora Rosa Neide (PT-MT), Fernando Rodolfo (PL-PE) e Luiz Carlos (PSDB-AP).


O sorteio da lista tríplice foi feito envolvendo os nomes dos deputados que compõem o Conselho de Ética. Foram excluídos do sorteio aqueles do mesmo partido ou estado de Silveira.


Agora, caberá ao presidente do Conselho de Ética, Juscelino Filho (DEM-MA), escolher o relator a partir dessa lista tríplice.


Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Silveira foi preso em flagrante no dia 16 após ter publicado um vídeo em que ele faz apologia à ditadura militar e defende a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que é inconstitucional.


No Conselho de Ética, Silveira responderá a uma representação apresentada pela própria Mesa Diretora, órgão formado pelo presidente, Arthur Lira (PP-AL) e mais seis integrantes titulares e que é responsável pela gestão administrativa e algumas decisões políticas da Casa.


Criado em 2001, o conselho tem 21 deputados titulares e 21 suplentes. A composição atual tem mandato até a indicação dos novos membros, o que deve acontecer em março.


Rito de tramitação

O relator terá prazo de dez dias úteis para apresentar um parecer preliminar, que poderá ser pelo prosseguimento ou arquivamento do caso.


Se o conselho decidir pelo prosseguimento do caso, o deputado alvo da representação é notificado e tem prazo de dez dias úteis para apresentar a defesa por escrito.


A etapa seguinte é a coleta de provas e depoimentos de testemunhas (da acusação e defesa), o que poderá durar, no máximo, 40 dias úteis.


Ao final desse prazo, o relator tem mais 10 dias úteis para apresentar o parecer, que deve ser votado pelo Conselho de Ética.


O relatório pode ser pela absolvição ou aplicação de punição, que vai de censura à perda do mandato parlamentar.


O prazo máximo de tramitação no conselho é de 90 dias úteis.


Concluído o processo no colegiado, o representado pode recorrer do resultado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).


Se o Conselho de Ética decidir pela suspensão ou cassação do mandato do parlamentar, o processo segue para o plenário da Câmara, que terá a palavra final.


Prisão

A prisão de Silveira foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e confirmada por unanimidade pelo plenário da Corte.


Em uma votação na sexta-feira (19), a Câmara decidiu manter a prisão do deputado, por 364 votos a 130 (houve 3 abstenções).


Durante a sessão, Silveira pediu desculpas pelos ataques e ofensas aos ministros do STF e disse que se excedeu e estava arrependido. Ele argumentou ainda que não poderia ter sido preso devido à imunidade parlamentar e ao direito à liberdade de pensamento.


Relatora do caso, a deputada Magda Mofatto (PL-GO) disse que Daniel Silveira "vive a atacar a democracia e as instituições" e "transformou o exercício do mandato em uma plataforma para propagação do discurso do ódio, de ataques a minorias, de defesa dos golpes de estado e de incitação à violência contra autoridades públicas".


Fonte: G1

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