terça-feira, agosto 04, 2020

Vacina de Oxford para a Covid-19 é candidata 'muito forte' e segura, diz reitora da Unifesp

A reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Soraya Smaili, afirmou em entrevista à GloboNews, que a vacina de Oxford para a Covid-19, que está sendo testada na universidade, é uma candidata a imunização "muito forte" e segura.

"Temos resultados promissores. Temos uma candidata a vacina que provavelmente terá muita segurança, além de ser uma candidata muito forte como vacina", afirmou Smaili.
A reitora disse que, desde que os primeiros voluntários dos testes foram vacinados, não houve reações adversas severas contra a imunização. Alguns relataram dor no local da injeção, mas foram orientados a tomar medicações simples para os sintomas.

"Nós já sabíamos das fases 1 e 2 quais seriam as reações esperadas após a aplicação. Algumas pessoas tiveram um pouco de dor no local da injeção, um pouco de dor de cabeça, de dor no corpo, tudo isso mais ou menos previsto", afirmou.
Os resultados das primeiras fases de testes da vacina foram divulgados há cerca de duas semanas por pesquisadores de Oxford. No Brasil, os testes que estão ocorrendo são os de fase 3, a última (entenda melhor mais abaixo nesta reportagem).

Transferência de tecnologia

Vacina contra Covid — Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
Vacina contra Covid — Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo

Smaili também falou sobre a transferência de tecnologia de desenvolvimento da vacina para a Fiocruz. De acordo com a reitora, a fundação tem capacidade de produzir as próprias doses após essa transferência.

"A Fiocruz tem o preparo para fazer, tem capacidade para isso, profissionais habilitados. E, ao fazê-lo, ao receber essa tecnologia, ela terá condições de produzir, nas suas instalações, as doses necessárias para os próximos passos", afirmou.

No sábado (1º), a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade de Lima, anunciou que a produção da vacina deve começar em dezembro.

Etapas para a produção de uma vacina

Antes de começar os testes em voluntários, a imunização passa por diversas fases de experimentação pré-clinica (em laboratório e com cobaias). Só após ser avaliada sua segurança e eficácia é que começam os testes em humanos, a chamada fase clínica – que são três:

Fase 1: é uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, ela é feita com um número reduzido de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo. Ela é aplicada em dezenas de participantes do experimento.
Fase 2: na segunda fase, o estudo clínico é ampliado e conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada a pessoas com características (como idade e saúde física) semelhantes àquelas para as quais a nova vacina é destinada. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada.
Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Apenas depois desta fase é que se pode fazer um registro sanitário.

Fonte: G1

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