terça-feira, agosto 25, 2020

Governadora reage a anúncio de venda de ativos da Petrobras no RN: 'Perplexidade e indignação'

 A governadora Fátima Bezerra (PT) disse que recebeu a notícia do anúncio da venda de ativos da Petrobras no RN com "indignação e perplexidade". Em uma rede social a governadora afirmou que vai convocar uma reunião de urgência com a bancada federal do estado. "A saída da Petrobras do Rio Grande do Norte não é um fato qualquer de maneira nenhuma, dado o que ela representa para o nosso Estado", postou a governadora.


O anúncio da venda de todos os ativos da Petrobrás no RN foi feito na noite desta segunda-feira (24). O processo de venda inclui a totalidade das participações da empresa em um conjunto de 26 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, localizadas na Bacia Potiguar.


A notícia também foi recebida com surpresa pelo Sindicato dos Petroleiros. Segundo o coordenador-geral do Sindipetro-RN, Rafael Matos, a medida pode trazer como consequências imediatas demissões em massa e a diminuição de arrecadação para o RN. "A Petrobras trouxe um documento que mostra oficialmente as intenções de sair do estado do Rio Grande do Norte e abandonar as atividades petrolíferas", pontuou o sindicalista.


Mas, para o secretário de Desenvolvimento Regional de Mossoró, Layre Rosado Neto, a venda das concessões pode retomar os investimentos na área do petróleo terrestre, deixados de lado desde a descoberta do pré-sal. "Esse anúncio é o fechamento de um ciclo de desinvestimento que a Petrobras iniciou anos atrás. Nós já perdemos cerca de 10 mil empregos, nesses últimos anos, aqui na cadeia produtivo do petróleo. A gente lamenta que a Petrobras abandone o RN dessa forma, porém, não adianta pedir que a estatal fique no Rio Grande do Norte. Ou ela investe, ou passa para a iniciativa privada", argumentou o secretário.



Para o presidente da Redepetro RN, Gutemberg Dias, a venda consolidará nova realidade da bacia potiguar. “A saída da Petrobras não significa o fim da atividade petrolífera no RN. Pelo contrário. Trará oportunidades para toda a cadeia produtiva”, observa. Dias cita o exemplo do campo Riacho da Forquilha, em Mossoró, recentemente adquirido pela empresa Potiguar E&P. “Em apenas seis meses após assumir o campo, a produção aumentou 30%. (...) A decisão da Petrobras não é um revés, mas uma virada no mercado. No lugar de uma petrolífera sem interesse de investir, chegarão empresas de grande porte, decididas a novos investimentos”, avalia.


Plano de concessão

O processo trata da cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás natural desse grupo de campos terrestres e de águas rasas, com instalações integradas, "visando fornecer aos potenciais compradores plenas condições de operação". A Petrobras não deu detalhes dos valores envolvido nas operações de concessão.


De acordo com o comunicado enviado à imprensa, a "operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos".


O chamado Polo Potiguar compreende três subpolos (Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana), totalizando 26 concessões de produção, 23 terrestres e três marítimas, além de incluir acesso à infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural. As concessões do subpolo Ubarana estão localizadas em águas rasas, entre 10 km e 22 km da costa do município de Guamaré. As demais concessões dos subpolos Canto do Amaro e Alto do Rodrigues são terrestres.


Campo de exploração de petróleo no RN  — Foto: Getúlio Moura/Petrobras/Divulgação
Campo de exploração de petróleo no RN — Foto: Getúlio Moura/Petrobras/Divulgação


Fonte: G1

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