quarta-feira, abril 22, 2020

Pandemia transforma rotinas profissionais no Rio Grande do Norte

Uso de máscaras para proteção, cuidados extras com a higiene, trabalho remoto, home office, atendimento virtual. Essas são algumas das novas atitudes incorporadas por muitos profissionais, por causa da pandemia do novo coronavírus.

Técnico de telecomunicações Juvêncio Medeiros mudou rotina em casa e no trabalho para se proteger da Covid-19 — Foto: Cedida
Técnico de telecomunicações Juvêncio Medeiros mudou rotina em casa e no trabalho para se proteger da Covid-19 — Foto: Cedida

Nesse contexto, algumas profissões são impactadas, como é o caso dos técnicos de telecomunicações. Eles são responsáveis por manter em dia a internet, telefone e TV dos assinantes. “A gente está na rua atendendo para deixar as pessoas em casa, para que elas possam trabalhar. Nosso trabalho é muito importante, é primordial, mas fico com receio porque também tenho família”, afirma o técnico Juvêncio Medeiros.

O profissional atua na Cabo Telecom, empresa potiguar de telecomunicações, e desde o começo da doença recebeu da empresa material de proteção como máscaras, luvas e álcool, que usa sempre antes e depois de atender o cliente em casa. Além disso, houve outras mudanças na rotina de trabalho. “Eu atendia uma média de cinco a sete clientes por dia, mas aí modificamos a escala para termos menos contato e ficarmos menos tempo na rua”, conta o técnico. Segundo ele, no primeiro momento há a tentativa de resolver a situação por telefone ou online.


Apesar das adequações e cuidados, ainda existe o receio de se contaminar e, por isso, Juvêncio e a esposa criaram um protocolo a ser seguido sempre que o trabalhador chega em casa. “Meus filhos ficam no quarto enquanto higienizo as botas com álcool e vou tomar banho. Enquanto isso minha esposa recolhe o uniforme em uma sacola específica para ser lavado”, explica.

Instituições de ensino mudam metodologia pedagógica
Já as escolas e faculdades, por exemplo, precisaram se adequar à realidade de outra forma: ofertando as aulas virtuais em substituição às presenciais. Os professores, por sua vez, trocaram o quadro e o pincel por câmeras e computadores.

Com a pandemia, a rotina de Renata Barcellos, professora de inglês do Instituto Educacional Casa Escola, mudou. “Só não mudou o horário de acordar”, brinca. “A minha rotina profissional passou a ser na frente do computador, criando formas de tornar as aulas mais leves para os alunos neste momento tão difícil. O planejamento é diferente, pois as atividades precisam ser adaptadas à realidade virtual”, relata.

Professora Renata Barcellos está em home office  — Foto: Cedida
Professora Renata Barcellos está em home office — Foto: Cedida

Os alunos da Casa Escola, da Educação Infantil ao 9º ano, estão em contato com os seus respectivos professores, os mesmos que ministravam as disciplinas presencialmente, por meio de plataformas digitais. Entre as ferramentas estão sendo utilizados recursos do Google como o Drive, Hangout Meet e outros, como Jitsi meet e Edmodo, ambientes que servem para depositar os trabalhos escolares, os vídeos, retomar as atividades e estar on-line com os alunos.


Sobre essa migração para as aulas por videoconferência, a professora considera que tem sido desafiada a pensar e elaborar dinâmicas e atividades que sejam interessantes para os alunos nessa nova realidade. “Normalmente, temos atividades interativas o tempo todo e a oralidade é constantemente incentivada através de jogos e dinâmicas. Estou tendo que bolar formas de não sair desse formato, mesmo tendo aulas em um formato completamente diferente. Virtualmente, consigo jogar, interagir com eles e fazer apresentações como se fosse um slide em sala de aula, por exemplo”, detalha.

Apesar das facilitações que a tecnologia permite, este período de pandemia também impõe desafios pessoais, por causa do isolamento social. Os professores muitas vezes também são pais e mães, com seus filhos integralmente em casa, como Renata, que precisa lidar com duas crianças enquanto trabalha. “Manter o silêncio em casa enquanto dou aula é bem complicado, mas eles estão se adaptando e me ajudando mais a cada dia que passa”, comenta. Ela também percebe que as famílias, assim como a escola e os professores, estão também em adaptação. “As realidades e necessidades de cada família neste momento são diferentes e nós precisamos achar este meio termo, e isto não é tão fácil quanto pode parecer”.

Policiamento segue em operação como antes
Enquanto precisa orientar a população a cumprir as ordens de evitar a circulação e aglomeração de pessoas na cidade, o sargento da Polícia Militar do RN Lindomar Lopes segue com a rotina do serviço habitual de antes. “A atividade policial não parou com a pandemia do coronavírus. São as mesmas escalas, tudo segue como antes, nada mudou”, expõe em relação às demandas de trabalho. Mas, para ele, isto não é uma dificuldade e, sim, um privilégio.

“Como sou policial por vocação, queria estar aqui, mesmo, trabalhando. Porque entendo que cumpro uma função de serviço essencial. Durante o meu trabalho, tomo as devidas precauções para não me contaminar e nem à minha família”, diz. No entanto, o que mais o incomoda está fora da rotina profissional. “Eu gosto de passear e não poder mais fazer isso tem me frustrado, mas sei que é por um momento e para o bem de todos”.

Sargento Lindomar Lopes segue trabalhando normalmente na Polícia Militar do Rio Grande do Norte — Foto: Cedida
Sargento Lindomar Lopes segue trabalhando normalmente na Polícia Militar do Rio Grande do Norte — Foto: Cedida

Fonte: G1

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