quinta-feira, março 19, 2020

Pequenos comércios começam a sentir efeitos do coronavírus em Natal

Com a chegada do novo coronavírus recentemente a Natal, a população da cidade passou a atender as recomendações das principais organizações de saúde e especialistas da área no mundo, que é a de ficar em casa, em quarentena. Esse método é visto como uma das formas mais eficazes neste primeiro momento de conter a propagação rápida do vírus.

Chiquita Bacana fica em Candelária, zona Sul de Natal — Foto: Divulgação
Chiquita Bacana fica em Candelária, zona Sul de Natal — Foto: Divulgação

Com a ausência de pessoas nas ruas e as medidas de prevenção nas próprias lojas, os pequenos comerciantes começam a sentir os efeitos do novo coronavírus.

O empresário Hans Beckmann é um deles. Dono da loja de açaí Chiquita Bacana, no bairro de Candelária, na Zona Sul, ele vai fechar a loja para atendimentos presenciais nos próximos dias. "Foi algo muito rápido e maior do que imaginávamos. Mas nós sabemos que isso vai piorar e, por isso, devemos fechar. Vamos passar a vender apenas por delivery", explicou ao G1.

Atualmente, Hans tem três funcionárias no comércio. Duas delas serão demitidas neste primeiro momento. "Eu não iria conseguir ficar três ou quatro meses pagando o salário delas sem o movimento, até porque tenho outros encargos que me são cobrados pelo comércio. Então decidi demiti-las para que elas possam receber o FGTS, fiquem com essa reserva nesse período, e tenham a dignidade de ficar em casa", disse.


Fundado há 14 anos, o Chiquita Bacana é o único sustento do empresário atualmente, que já chegou a ter nove funcionários na loja, mas há algum tempo havia reduzido a equipe para sobreviver às crises na economia. "Eu sobrevivo disso. E já estávamos enfrentando uma crise econômica há alguns anos. E não vemos horizonte de melhora. Eu já cheguei a ter nove funcionários trabalhando comigo", lembra.

Segundo ele, fechar para atendimentos presenciais neste momento é uma medida que visa também proteger os clientes. "Vamos fazer isso até em respeito ao nosso cliente, para que não haja o contágio lá".

A empresária Marcela Zauli, proprietária da Confraria das Massas, também precisou tomar medidas para o atual momento. Ela antecipou férias da equipe e ampliou as de uma funcionária que voltaria a trabalhar nos próximos dias.

"Vou adiantar e depois desses 30 dias vou avaliar como está o cenário novamente e ver o que fazer. Talvez trabalhemos com horário reduzido dos funcionários. Ainda vamos pensar", falou.

Apesar de destacar a situação complicada atualmente, a princípio ela vai manter a lanchonete aberta ao público, que já tem alterado o hábito nos últimos dias. "Estamos funcionando normalmente. Aqui está mais parado e acho que vai permanecer. Mas os pedidos para entrega já estão maiores do que o normal. Cada dia mais", comentou.

Como forma de prevenção, alguns shoppings de Natal passaram a atender em horário reduzido e outros comércios fecharam as portas por tempo indeterminado, casos do Ateliê Bar e do Rastapé, além de projetos culturais que movimentam a cidade como o "Quinta que te quero samba".

Fonte: G1

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