quinta-feira, março 22, 2018

Cambridge Analytica recebeu e-mails hackeados do presidente da Nigéria na campanha de 2015, diz jornal

Foto de arquivo mostra o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari (Foto: Bertrand Guay/AFP)A empresa de consultoria Cambridge Analytica recebeu de hackers israelenses e-mails particulares do hoje presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, quando ele concorria à presidência do país, em 2015, disseram sete fontes com conhecimento sobre a consultoria e a campanha eleitoral na Nigéria ao jornal britânico "The Guardian".

As fontes relataram ao jornal como diretores da Cambridge Analytica, incluindo o ex-CEO Alexander Nix que foi suspenso nesta terça, deram instruções para que seus funcionários lidassem com o material. Segundo as fontes consultadas pelo jornal, na ocasião os funcionários ficaram alarmados e se recusaram a trabalhar com o material que eles dizem ter sido obtido ilegalmente.

Ainda de acordo com o jornal, a consultoria também recebeu e-mails hackeados do candidato opositor da ilha caribenha de São Cristóvão e Nevis, Timothy Harris, que hoje é primeiro-ministro.

A Cambridge Analytica é investigada no Reino Unido e nos Estados Unidos pela utilização ilegal de um vazamento de dados de 50 milhões de usuários do Facebook na última corrida eleitoral nos EUA, quando foi contratada pela campanha de Donald Trump. Entenda o escândalo político. Nesta quarta, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu desculpas sobre o caso.

Na Nigéria, a empresa foi contratada pelo candidato à reeleição Goodluck Jonathan para orquestrar uma campanha contra seu opositor político, Muhammadu Buhari. Segundo o "Guardian", o valor do contrato foi de 2 milhões de libras.

Funcionários da campanha disseram que no começo de 2015 que se reuniram com funcionários terceirizados israelenses no escritório da Cambridge Analytica em Londres. Os israelenses levaram um computador de sua empresa de Tel Avivi e entregaram um pendrive com os e-mails pessoais hackeados.

Então os diretores pediram para que eles procurassem por algum material incriminatório que pudesse prejudicar os candidatos opositores, incluindo Buhari. Um membro da campanha disse que acredita que registros médicos de Buhari estivessem entre esses e-mails.


Segundo as fontes, a informação dessa reunião causou pânico quando chegou aos funcionários da consultoria que trabalhavam na Nigéria. Consultores em segurança os aconselharam a sair do país imediatamente porque, caso descobrisse, a oposição poderia chegar até eles.

A SCL Elections, empresa sócia da Cambridge Analytica, negou que tenha tomado posse ou usado informações pessoais hackeadas ou roubadas desses indivíduos para qualquer propósito de campanha. Também afirmou que os funcionários que trabalhava na Nigéria ficaram no país pelo período previsto originalmente.

Fonte: G1

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