domingo, dezembro 17, 2017

Tucano que votar contra a reforma será punido, mas momento é de 'convencimento', diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou neste sábado (16) que haverá punição para deputados que votarem contra a reforma da Previdência, mas que o momento atual é de convencimento. Alckmin é presidente da sigla.

"Terá punição. Mas, nós vamos estabelecer... O nosso momento não é de discutir punição, é convencimento. É convencimento", afirma Alckmin.
O PSDB fechou questão a favor da reforma da Previdência na última quarta-feira (13), na primeira reunião da executiva sob o comando de Alckmin. Ele falou sobre a decisão em visita à cidade de Americana (SP), mas não especificou qual e quando será estabelecida essa punição.

Alckmin assumiu a presidência do partido há uma semana, e havia deixado em aberto a possibilidade de haver um "castigo" aos tucanos que fossem contrários.

PMDB, PTB e PPS também já fecharam questão a favor da reforma da Previdência. As três legendas já tinham decidido punir os deputados que desobedecerem a orientação do partido.

O governador esteve em Americana para inaugurar o Terminal Metropolitano da cidade, obra entregue com três anos de atraso. A construção começou em dezembro de 2013 e tinha previsão inicial de entrega em 12 meses. O investimento total foi de R$ 23,2 milhões, de acordo com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

Governador Geraldo Alckmin (PSDB) falou sobre a reforma da Previdência em visita a Americana (Foto: Cristina Maia/EPTV)
Governador Geraldo Alckmin (PSDB) falou sobre a reforma da Previdência em visita a Americana (Foto: Cristina Maia/EPTV)

Transição para servidores
Questionado sobre a ser favorável à regra de transição na reforma da Previdência para servidores que ingressaram antes de 2003, Alckmin se limitou a dizer que o partido ainda vai analisar a questão e afirmou que o projeto tem passado por mudanças.

"Vamos verificar. Toda hora tem tido mudança no projeto. Nós vamos analisar", diz o governador.
Os servidores que ingressaram no serviço público até 2003 têm, atualmente, direito à integralidade e à paridade, ou seja, eles conseguem se aposentar com o valor do último salário e têm reajuste igual ao servidor da ativa.

Na proposta atual de reforma da Previdência, homens teriam que completar 65 anos e as mulheres, 62 para garantir a aposentadoria integral e o mesmo reajuste dos ativos. Ou seja, os servidores não teriam regra de transição e teriam de atingir essas idades mínimas para manter os benefícios atuais.

A mudança na regra de aposentadoria do funcionalismo público gerou reação entre servidores dessa classe, que poderiam até se aposentar antes, mas pela média salarial.

Nova proposta do governo da reforma da Previdência (Foto: Karina Almeida/G1)
Nova proposta do governo da reforma da Previdência (Foto: Karina Almeida/G1)

Ministro defende
O novo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, também defendeu a aprovação da reforma da Previdência neste sábado, durante participação de evento em Fernandópolis (SP). Ele foi empossado no cargo na sexta-feira (15), e passa a responder pela articulação do Planalto com o Congresso Nacional.

“Eu tenho a mais absoluta certeza da necessidade que o Brasil tem de tornar a sua previdência mais justa, mais igual e sem privilégios. É essa minha principal missão durante essa estada como ministro chefe da Secretaria de Governo”, afirmou. “Só estou aceitando esse desafio porque tenho a perfeita consciência de que é possível nós aprovarmos essa reforma.”

Votação adiada
Após sucessivos adiamentos, o governo fazia um esforço para tentar votar a reforma da Previdência ainda este ano na Câmara. No entanto, o presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiou a votação para 2018.

A mudança das regras da Previdência Social é um dos principais projetos da equipe econômica do governo Michel Temer, liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Buscando facilitar a aprovação da reforma, o governo apresentou recentemente uma nova versão da proposta, mais enxuta.

Recentemente, questionado por jornalistas se há ainda mais espaço para recuo, Meirelles disse que a proposta, "como está, representa um benefício fiscal importante é fundamental para o equilíbrio das contas públicas".

Ele afirmou ainda que a versão atual já "retirou aquelas partes mais controversas e difíceis, como a questão dos trabalhadores rurais".

*colaborou G1 Rio Preto e Araçatuba

Fonte: G1

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