segunda-feira, julho 10, 2017

PSDB faz reunião em São Paulo para discutir apoio ao governo Temer

Alckmin e Doria participaram de evento de inauguração de piscinão na Zona Leste de SP (Foto: Will Soares/G1)

A cúpula do PSDB marcou uma reunião para a noite desta segunda-feira (10) em São Paulo para decidir sobre a manutenção ou não do apoio ao governo de Michel Temer (PMDB). A reunião acontece após Temer ter sido denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo crime de corrupção passiva. O encontro será às 19h30 no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo.
O primeiro a confirmar presença na reunião foi o prefeito da cidade de São Paulo, João Doria. A assessoria de imprensa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou que ele também estará presente na reunião. Deverão participar ainda do encontro deputados e senadores do PSDB.
O Palácio dos Bandeirantes é a residência oficial do governador de São Paulo e o encontro estaria sendo articulado pelo governador Geraldo Alckmin. A assessoria de imprensa de Alckmin, no entanto, não confirma oficialmente a realização do evento e afirma que eventos partidários são atividade particular e não relacionadas ao governo estadual.
Também é esperada a presença do presidente em exercício do partido, Tasso Jereissati. Outro que também estará presente no encontro é o deputado federal pelo PSDB Ricardo Tripoli, que está em São Paulo desde sexta-feira (7). Ele só retornará a Brasília na manhã de terça-feira (11), informou a assessoria de imprensa.
Durante inauguração de delegacia em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, nesta segunda-feira, Alckmin disse que a reunião "não é para decidir se o PSDB deixa ou não o governo".
"A reunião não é para decidir se deixa ou não o governo. Isso só quem pode fazer é a executiva do partido. É uma reunião de conversa, conversa entre a direção partidária, governadores, líderes. Não será tomada nenhuma decisão. É apenas uma avaliação. Nós precisamos nos preocupar com a população brasileira, com o Brasil. Colocar a lealdade ao país e ao povo brasileiro acima de qualquer outra coisa. Devemos aguardar o término das reformas. Amanhã deve votar a reforma trabalhista, aí ela vai para a presidência da república para ser sancionada. Ela é importante porque acho que vai estimular mais emprego para você poder contratar mais gente e vai diminuir a informalidade. Devemos aguardar o término das reformas e aí tomar uma decisão, que na minha opinião é não deixar de apoiar as medidas de interesse do país, mas não precisamos de ter cargo no governo para fazer isso", afirmou o governador.
Reformas
No domingo (9), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que não há "nenhuma razão" para que o PSDB permaneça na base do governo do presidente Michel Temer após a definição do andamento das reformas trabalhista, previdenciária e política. 
A votação da reforma trabalhista no Senado está prevista para a próxima terça-feira (11). A reforma da Previdência chegou a ser votada em comissão especial, mas travou depois do agravamento da crise política.
Já o prefeito João Doria disse não defender que o partido se mantenha no governo. Governador e prefeito participaram na manhã de domingo de evento em comemoração à Revolução Constitucionalista de 1932.
Alckmin destacou que já havia dito anteriormente que o PSDB não deveria ter cargos no governo. Desta vez, o governador disse que o partido “deverá encerrar’ o período de permanência na base aliada.
“Hoje, o que nós devemos fazer? Aguardar o término das reformas. Terça-feira agora é a [votação da] reforma trabalhista, ela poderá ser aprovada no Senado. E aí vai à sanção presidencial. Também a reforma previdenciária a gente vai saber em pouco tempo se ela vai prosperar ou não. E a reforma política também tem data. Depois disso, eu vejo que não tem nenhuma razão para PSDB participar do governo”, declarou.

Temer quer encontro com FHC
A assessoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse não haver encontro previsto com o presidente Michel Temer em sua agenda. Nesta segunda-feira, o ex-presidente tucano terá uma consulta médica à tarde, e depois participará da reunião no Palácio dos Bandeirantes. Na terça-feira, Fernando Henrique viajará para o exterior e ficará três semanas fora, segundo sua assessoria. O local para onde ele viajará não foi divulgado.
O ex-presidente confirmou que o presidente Michel Temer o convidou no sábado para um encontro. O convite, antecipado pelo blog da Andréia Sadi, é para discutir o cenário político em meio à ameaça de desembarque do PSDB do governo.
Preço altíssimo'
Na última sexta-feira (7), outro cacique tucano, o senador Cássio Cunha Lima (PB), disse que o PSDB paga um preço "altíssimo" ao manter apoio ao governo "mais impopular da história". Segundo ele, seis dos sete deputados do PSDB na CCJ vão votar pela admissibilidade da denúncia contra Temer. Para Cunha Lima, o partido deve ficar "ao lado" de seus parlamentares e deixar os "cargos confortáveis" que possui no governo.
Já o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), declarou que Temer estava perdendo a capacidade de governar o país. Tasso também disse que Rodrigo Maia teria condições de reunir os partidos em uma eventual transição até 2018.
Denúncia
No último dia 27, o governador Geraldo Alckmin defendeu que o PSDB haja com “serenidade” sobre a posição do partido depois da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB). “É preciso entender que denúncia não é condenação. Nós não podemos estar antecipando condenação”, disse o tucano.
A declaração tinha sido dada um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra Temer e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pelo crime de corrupção passiva.
Além da condenação, Janot pede a perda do mandato de Temer, “principalmente por ter agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade”. É a primeira vez que um presidente da República é denunciado ao STF no exercício do mandato.

Fonte: G1

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