terça-feira, junho 27, 2017

MP-GO denuncia mãe e padrasto por matar menino asfixiado, em Goiânia

 Mãe e padrasto são denunciados por matar menino enforcado (Foto: Reprodução/TV Anhangura)

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou o casal Jeannie da Silva de Oliveira e Renato Carvalho Lima pela morte do menino Antônyo Jorge Ferreira da Silva, de 9 anos, filho da denunciada e enteado do denunciado, em Goiânia. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) confirmou que o documento já chegou ao órgão, mas ainda deve ser apreciado pelo juiz, que pode ou não aceitar a denúncia.
Conforme o documento emitido pelo MP-GO no último dia 6 de junho, o casal é denunciado pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime. Segundo o órgão, a mulher pediu ao companheiro que matasse o menino.
Também conforme a denúncia, o homem matou o menino asfixiado e escondeu o cadáver da vítima em um matagal. O documento relata ainda que o casal comunicou à Polícia Civil que o menino havia sido sequestrado por causa de uma dívida do padrasto. O casal está detido por prisão preventiva.
A advogada da mãe da criança, Rosângela Borges Freitas Feliciano, disse que já pediu a soltura da cliente, que ainda será analisada pela Justiça. A defensora afirma que a mulher não sabia do crime, acreditava que o filho havia sido sequestrado e até fez um empréstimo para negociar com os supostos sequestradores.
“Não há razão para o indiciamento dessa mulher. A prisão dela é um ultraje, porque ela perdeu o único filho que tinha e está sendo acusada de algo que não fez”, disse ao G1 por telefone.
A Defensoria Pública do Estado de Goiás, que representará o denunciado, informou ao G1 por meio de nota que "cumprirá seu papel constitucional garantindo a defesa do acusado Renato Carvalho Lima, dentro do que prevê a Constituição Federal, seguindo o princípio de ampla defesa e do contraditório".


Crime
O homicídio aconteceu no dia 19 de maio. Renato confessou que matou o menino estrangulado e alegou que agiu a pedido de Jeannie, que nega participação no assassinato. Ela também teria entregue as chaves de casa ao companheiro, no entanto, imagens de câmeras de segurança mostram que o homem precisou chamar um chaveiro para abrir a residência.
Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram quando Renato vai buscar um chaveiro para abrir a porta da casa onde a vítima estava, na Vila Luciana (assista abaixo). As imagens mostram ainda o profissional saindo do local sozinho. A mesma câmera também registrou depois Renato e a vítima indo a pé até o imóvel que fica sobre uma oficina, onde a criança foi morta, no Setor Nunes de Morais.
Dois dias após o crime, no dia 21 de maio, o casal foi até a Polícia Civil para registrar um falso desaparecimento. Na época, o delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira, relatou as contradições na denúncia.
“Segundo a mãe, o filho tinha sido levado por traficantes por uma dívida de R$ 850 do companheiro. Porém, questionado, o padrasto não soube informar para quem ele devia e nem como tinha contraído aquela dívida”, disse o delegado.

Confissão
Em um vídeo feito pela Polícia Civil, Renato aparece explicando como matou o menino (assista acima). “Passei um lençol no pescoço dele, abracei e dei um mata-leão, enforquei até ele ficar sem ar. Eu vi que não estava conseguindo finalizar. [...] Aí eu apertei ele com mais força, peguei o lençol e comecei a sufocar ele. Passei o pano por cima do pescoço e pisei em cima”, disse na gravação.
Após a morte, Renato colocou o corpo do garoto em uma caixa de papelão e levou a um terreno baldio. O padrasto levou a polícia até o local. O cadáver foi encontrado enrolando em cobertas.
O pai do menino, o carpinteiro Claudemilton Ferreira de Souza, de 32 anos, tentou levá-lo para ser sepultado em Boa Vista (RR), onde mora, mas não conseguiu por causa do estado de decomposição. Assim, o enterro ocorreu em Goiânia.

Antônyo Jorge Ferreira foi morto e colocado em uma caixa (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Antônyo Jorge Ferreira foi morto e colocado em uma caixa (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Fonte: G1

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