sábado, dezembro 03, 2016

Estudantes vão processar empresa de ônibus depois de perderem Enem

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Depois da frustração de terem perdido o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em Mogi das Cruzes, por conta de problemas com o transporte, um grupo de
estudantes de Biritiba Mirim vai até a Justiça em busca de indenizações. Eles tinham esperança de conseguir fazer a prova neste fim de semana, junto com aqueles que foram prejudicados pela ocupação de escolas, mas não tiveram resposta positiva do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Durante o final de semana que o Enem foi aplicado para 61 mil estudantes no Alto Tietê, houve uma mudança na empresa que opera a linha intermunicipal até Mogi das Cruzes, local onde os estudantes fizeram as provas.
Os estudantes que moram em Biritiba disseram que saíram de casa com duas horas de antecedência pra chegarem em tempo em Mogi das Cruzes, já que a cidade não contava com locais de aplicação.
A Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) multou a empresa Radial Transporte, responsável pela linha 311, que liga Salesópolis à Mogi das Cruzes, pela falta de ônibus no último domingo (6). Além dos alunos de Biritiba terem sido prejudicados, um grupo de estudantes de Salesópolis fez uma maratona para chegarem em Mogi antes do fechamento dos portões no domingo. Houve até quem pegou carona com desconhecidos.
Cosme Guimarães, de 18 anos, que perdeu a prova, disse que tentou entrar em contato com o Ministério da Educação, solicitando uma segunda chance, mas não foi atendido. “Nós mandamos alguns e-mails e não foram respondidos. Quando ligamos, disseram que não tinha nenhuma chance, nem avaliaram o nosso caso. Eu estava contando com essa nota para o [Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior] Fies. Queríamos fazer a prova nesse final de semana, junto com os alunos que iam fazer a prova nas escolas ocupadas.”

Os estudantes contrataram uma advogada. Elisete Aparecida Prado Sanches disse que estuda se vai entrar com uma ação coletiva ou individual dos estudantes. “Foi uma condição externa, não de responsabilidade deles. A minha ação é contra a empresa de ônibus, que não prestou o serviço correto, que não viabilizou outro transporte. Nós temos duas possibilidades: a ação coletiva, já que todo o grupo perdeu a mesma coisa e tiveram o mesmo dano. Ou então, se eles quiserem, podemos entrar com ações individuais, onde a extensão do dano será diferente, cada um explicando o que perdeu, como a faculdade, o financiamento estudantil, etc. Nesse caso, a extensão do dano é maior: a pessoa investiu em cursinho, ficou o ano inteiro estudando, pleiteando uma vaga na faculdade", explica.

O G1 procurou a Radial Transporte pedindo um novo posicionamento sobre o caso, mas a empresa não se manifestou. A reportagem chegou a perguntar se a empresa não poderia interceder pelos estudantes junto ao Ministério da Educação, assumindo a responsabilidade sobre o atraso dos alunos, mas eles não enviaram uma resposta.

 “No sábado, o ônibus passou normalmente, mas no domingo atrasou quase duas horas e, logo depois, o ônibus ainda quebrou ainda em Biritiba. Nós saímos mais cedo, com duas horas de antecedência e fomos prejudicados”, conta Claudia Souza, que prestava o Enem junto com o filho.

Assim como Biritiba, Salesópolis também não contava com locais de aplicação da prova. Por isso, todos os inscritos nas duas cidades, tiveram que se deslocar até Mogi, que fica numa distância de até 40 quilômetros.

Logo após o episódio, o Instituto Nacional de Educação e Pesquisas (Inep) se manifestou, por meio de nota, dizendo que as pessoas que perderam a prova, poderiam ligar para o instituto e fazer a reclamação.
Segundo o órgão, as situações seriam avaliadas por uma comissão julgadora. Caso fosse comprovado que os estudantes perderam a prova por motivos alheios, eles poderiam fazer o Enem nos dias 3 e 4 de dezembro.

Procurado nesta semana pelo G1, o Inep ainda não respondeu aos questionamentos.

Nos planos de Cosme, com a nota do Enem, ele conseguiria uma vaga no Fies para cursar Direito. “Era meu grande sonho. Pelo o que eu vi da prova do segundo dia e pelo tema da redação, eu iria bem. Só com as notas da prova de sábado fica complicado e com a redação zerada eu não consigo o Fies. Agora desanima ter que estudar mais um ano, esperar mais um ano. O ônibus não atrasou só uma hora das nossas vidas, atrasou um ano das nossas vidas.”

Fonte: G1

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