Não há marca no corpo do jogador da Portuguesa achado morto, diz polícia

O delegado Eder Pereira e Silva, do 12º DP de São Paulo, disse que a perícia não encontrou nenhuma marca no corpo do jogador de futebol Lucas Jesus dos Santos, de

16 anos, encontrado morto na piscina da Portuguesa, em São Paulo.

"O médico legista esteve no local, não tem nenhuma marca no pescoço, que é um lugar que a gente atenta muito, não tem nenhuma marca. No corpo também não existe nenhuma aparente cicatriz ou algo que possa comprometer", disse o delegado.

Na noite desta quarta-feira (19), os jogadores da equipe sub-17 da Portuguesa fizeram um churrasco no Canindé, na Zona Norte de São Paulo, para comemorar a vitória sobre o time Água Santa. No fim da festa, os jogadores se jogaram na piscina. Lucas passou mal e foi retirado da água por alguns colegas. Não se sabe como ele voltou para a piscina depois, se mergulhou ou se foi jogado.

"Depois o inquérito instaurado, vamos entender toda a dinâmica do que aconteceu ontem. Segundo informações dos jogadores, eles tiveram treino, depois foram para o alojamento, em seguida eles desceram para o churrasco, ficaram aproximadamente uma hora no churrasco, em seguida voltaram para o alojamento e foram para a piscina", afirmou o delegado.

Silva disse que a água da piscina é um pouco turva. "Não é uma água límpida como deveria ser. Olhando assim, a primeira e segunda raias você enxerga o fundo dela meio nebuloso. Se você olhar o outro lado, onde foi encontrado o corpo, você não vê com facilidade."

Segundo o delegado, o clube pode ser responsabilizado por não ter salva vidas no local. A polícia vai investigar isso. Ao todo, 37 pessoas participaram do churrasco: 30 jogadores e 7 diretores do clube. Cinco latinhas de cerveja foram encontradas próximo ao local do churrasco. A polícia vai investigar isso.   

O corpo de Lucas foi encontrado por funcionários do clube no fundo da piscina em uma profundidade de 3 metros, o ponto mais alto. O lado mais raso tem 1,5 metro.

A Portuguesa lamentou a morte em nota. "O clube está empenhado neste momento em colaborar com as autoridades policiais para a investigação e elucidação dos fatos e também prestará todo o apoio necessário aos seus  familiares."

Avô passou mal ao saber

Lucas  morava com o avô, que passou mal ao chegar no clube e precisou ser levado para um hospital após ver o corpo do neto no complexo do Canindé, na Zona Norte de São Paulo.

Como o jogador não voltava para casa, o avô ficou preocupado e passou a procurar o jovem, inclusive enviando mensagens em redes sociais para os colegas.

Um amigo do jogador de futebol Lucas Jesus dos Santos, de 16 anos, negou que tenha havido consumo de bebida alcoólica na festa realizada horas antes de o adolescente morrer.

Abalado, Kleber Eusébio disse ter ficado chateado com comentários de que teria bebidas na comemoração. "As latinhas de cerveja eram de uma festa que tinha acontecido no dia anterior”, disse. “Aqui era uma festa com menores de idade. Bebida alcoólica para menor é inadmissível aqui dentro [do clube]. Não existe isso."

"O Lucas era muito recatado, na dele, muito tímido. Estava começando a se abrir com o pessoal agora", contou Kleber. "É uma dor muito grande", disse. Ele acrescentou que o jovem sabia nadar.

A vítima jogava como zagueiro. Ele foi localizado no fundo da piscina por funcionários do clube. O corpo não tinha sinais de violência, e ele deve ter sido vítima de afogamento, de acordo com a polícia.

Fonte: G1