segunda-feira, janeiro 04, 2016

Grã-Bretanha não será intimidada, diz premiê após vídeo do Estado Islâmico

 Em uma das cenas é possível ver uma criança vestida em trajes militares (Foto: Reuters)O premiê britânico David Cameron afirmou nesta segunda-feira (4) que a Grã-Bretanha não será intimidada pelo terrorismo praticado pelo grupo Estado Islâmico, (EI) após o grupo
jihadista ter divulgado, neste domingo, um vídeo em que um de seus combatentes ameaça a região e executa supostos espiões britânicos.

No vídeo, um jihadista mascarado diz para a câmera que a mensagem é dirigida ao premiê Cameron, um "imbecil" e "escravo da Casa Branca", e ameaça ocupar a Grã-Bretanha. Os combatentes também executam cinco reféns, ajoelhados com uniformes vermelhos, que dizem espionar em nome das forças de segurança do governo britânico.

Questionado sobre o vídeo, David Cameron declarou que foi uma ação "desesperada" (veja acima). "É algo desesperado de uma organização que promove as ações mais desprezíveis e medonhas", disse. [O EI] é uma organização que está perdendo terreno. Eles nos odeiam não pelo o que fazemos, mas pelo que somos. O fato de sermos uma nação bem sucedida, tolerante, democrática, de vários credos e etnias. Eles odeiam isso. É por isso que querem acabar conosco", acrescentou.

"Mas eu sei que a Grã-Bretanha nunca será intimidada por este tipo de terrorismo. Nossos valores são muito mais fortes do que os deles.Pode levar um tempo muito longo, mas eles serão derrotados", complementou.
O vídeo termina com a criança com trajes militares, segundo o jornal, dizendo: "mataremos os não religiosos ali". O grupo jihadista já havia exposto crianças em outros vídeos com execuções. A Grã-Bretanha anunciou nesta segunda-feira que está estudando as imagens.

Perguntado sobre se os homens que aparecem no vídeo são espiões, um porta-voz do governo se recusou a comentar sobre assuntos de inteligência, mas disse que vídeos anteriores do EI nem sempre estavam corretos.

Em novembro, autoridades britânicas disseram que mais de 800 britânicos viajaram ao Iraque e à Síria, alguns para se juntar ao EI. Cerca de metade deles voltou, e acredita-se que 70 foram mortos.
Bombardeios britânicos na Síria
No início de dezembro, o Parlamento britânico aprovou a participação da força aérea britânica na campanha de bombardeios contra o grupo jihadista na Síria, ao final de um longo e tenso debate. A medida foi defendida por Cameron, que chamou de "simpatizantes de terroristas" aqueles que se opuseram a ela.

O EI já era alvo da força aérea da Grã-Bretanha no Iraque, como parte da coalizão que une Estados Unidos, França, Rússia e outros países. Os primeiros ataques britânicos contra alvos do EI na Síria foram realizados no dia 3 de dezembro, poucas horas depois da aprovação do Parlamento.

O voto do Parlamento britânico a favor dos ataques aéreos contra o grupo Estado Islâmico "é a melhor decisão para preservar a segurança do país", afirmou Cameron. "O Parlamento tomou a melhor decisão para preservar a segurança do país – a ação militar na Síria faz parte de uma estratégia maior", escreveu no Twitter, após a decisão.

Execução de suposto espião russo
No dia 2 de dezembro, o grupo divulgou um vídeo em que mostrava a decapitação de um suposto espião russo na Síria, o primeiro vídeo do grupo mostrando aparentemente a execução de um russo desde que Moscou começou a realizar ataques aéreos sobre a Síria, em 30 de setembro, para apoiar o regime de Bashar al-Assad.

Ataques contra o EI
Uma coalizão árabe-curda - formada pelas Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), a principal milícia curda, e grupos rebeldes árabes que lutavam juntos há muito tempo - também ataca territórios controlados pelo EI.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou neste domingo que pelo menos 16 combatentes do EI foram mortos em confrontos no norte da Síria, perto do reduto jihadista de Raqa.

Já os Estados Unidos e a seus aliados realizaram 26 ataques contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria no sábado (2), disse a coligação líder das operações em comunicado neste domingo (3).

Fonte: G1

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