terça-feira, dezembro 29, 2015

Secretarias de saúde vão investigar caso de febre amarela urbana no RN

Mosquito da dengue aedes egypt (Foto: USDA/AP)As Secretarias de Saúde do Rio Grande do Norte (Sesap) e do município de Natal (SMS) vão iniciar uma investigação conjunta sobre o caso de febre amarela urbana diagnosticado na capital
potiguar. De acordo com a SMS, o caso, que ainda está sendo tratado como uma suspeita, necessita de uma investigação mais aprofundada afim de explicar como a paciente entrou em contato com a doença.

A secretaria de saúde de Natal divulgou nesta terça-feira (29) que a morte de uma auxiliar de enfermagem em julho deste ano foi ocasionada por febre amarela. Os exames que confirmaram os diagnósticos foram feitos pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, este é o primeiro caso de febre amarela registrado em área urbana desde 1942.
Segundo a Chefe do Setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Aline Bezerra, a investigação é necessária para confirmar que o caso se trata de um caso de febre amarela urbana e explicar como aconteceu o contágio. "Temos que identificar se ela foi exposta ao vírus da febre amarela, onde ela foi exposta", explica Bezerra.
Ainda de acordo com a chefe de vigilância epidemiológica da capital potiguar, a secretaria também vai pedir uma contraprova do caso.  "Não é que estamos contestando o resultado, sabemos que os dois laboratórios são padrão ouro, mas precisamos ampliar a investigação deste caso, porque não há vínculo epidemiológico da febre amarela em Natal", explicou Aline.
A assessoria da SMS informou que é feito um monitoramento semanal do Aedes aegypti em Natal, através de 500 'armadilhas' espalhadas pela capital para colher ovos do mosquito. Após a coleta, é feita uma análise desses ovos para saber quais vírus estão circulando pela cidade. "Em nenhum momento foi identificado o vírus da febre amarela", informou a SMS.

Caso isolado?
De acordo com o médico infectologista Kléber Luz, o fato de apenas um caso da doença ter sido diagnosticada em Natal causa estranheza. Segundo o médico, a febre amarela em área urbana se comporta de forma diferente.
"Normalmente o ambiente para a ocorrência de febre amarela é um ambiente onde existe uma grande quantidade de mosquitos e normalmente existe um aglomerado de casos. Então a expectativa é que houvesse outros casos", explica Luz, que defende uma investigação aprofundada do caso.
Segundo Cínthia Higashi, Subcoordenadora de Vigilância Ambiental da Sesap, uma das hipóteses é que a auxiliar de enfermagem tenha tomado a vacina de febre amarela e isso tenha feito com que os exames tenham resultado positivo. "Não é que ela tenha ido a óbito em razão da vacina, mas que isso tenha feito com que o resultado do exame tenha sido positivo", explicou.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Deve-se levar em conta seu potencial de disseminação em áreas urbanas. A doença é transmitida somente pela picada de mosquitos transmissores infectados.
Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. O paciente deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando necessário. Os casos grave devem ser atendidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de modo que as complicações sejam controladas e o perigo da morte, eliminado.

Fonte: G1

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