quarta-feira, julho 08, 2015

RN aposta em aeroporto, localização e incentivo fiscal para atrair hub

Potencial de desenvolvimento do aeroporto é visto como fator positivo pelo governo do RN para atrair hub (Foto: Canindé Soares/G1)Anunciado como um dos candidatos a receber um hub - centro de conexão de voos - doméstico e internacional, o Rio Grande do Norte se prepara desde meados de abril para tentar atrair o
investimento do grupo Latam, formado pelas companhias aéreas TAM e LAN. Embora mantenha o conteúdo das reuniões e visitas técnicas com o grupo Latam em sigilo, o governo aposta em fatores como o potencial de crescimento do Aeroporto Governador Aluízio Alves, os incentivos fiscais e a localização geográfica do estado.
Para a escolha do destino de seu primeiro hub no Nordeste, a TAM detalhou ao G1 que as exigências técnicas passam pela "localização geográfica, a infraestrutura aeroportuária adequada e seu potencial de desenvolvimento". No estudo de viabilidade que está em andamento e previsto para ser concluído no fim de 2015, a companhia aérea avaliará também outros fatores que contribuam para "otimizar os custos, capilarizar a malha aérea e oferecer a melhor experiência ao passageiro".

Todos os candidatos avaliados, segundo a TAM, possuem pontos fortes e de melhorias. Em visita técnica no último dia 2 de julho ao aeroporto, o grupo conheceu a estrutura do terminal de passageiros, incluindo áreas de embarque, desembarque, torre de controle e a própria pista de pouso e decolagem. A equipe também sentou com representantes do governo e da prefeitura de São Gonçalo do Amarante para ouvir as propostas do estado e da cidade para receber o hub, no entanto os detalhes do encontro não foram revelados.

Até agora quatro reuniões foram realizadas entre o grupo e o governo. O centro de conexões do Nordeste deve trazer investimentos da ordem de R$ 3,9 milhões e uma geração de oito a 12 mil empregos.

Acessos
No Rio Grande do Norte, os criticados acessos ao aeroporto tiveram as obras retomadas. O canteiro foi visitado pelo governador Robinson Faria no mesmo dia em que o grupo Latam fez uma visita técnica ao terminal de passageiros de São Gonçalo do Amarante.

Atualmente incompletos, os dois acessos ao aeroporto só devem estar concluídos no fim de 2016, conforme previsão do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER). As obras foram prometidas para a Copa do Mundo de 2014, mas estavam paradas desde o ano passado.

O chamado Acesso Norte, que liga o aeroporto à BR-406, é prometido até dezembro de 2015. Enquanto que o Acesso Sul, que liga o aeroporto às BRs 304 e 226, só deve ser entregue no fim de 2016.

O aeroporto
Para o governo, além da estrutura nova, pesa o potencial de desenvolvimento do aeroporto. Inaugurado em 31 de maio de 2014, o terminal tem uma ampla área ociosa. A promessa do consórcio Inframérica (Engevix e Corporación America) é de ampliar a infraestrutura. Foram investidos R$ 500 milhões na construção do aeroporto, o primeiro a ser administrado exclusivamente pela iniciativa privada no Brasil.

Enquanto os acessos são motivo de reclamação, a estrutura do terminal é bem avaliada. Em uma pesquisa realizada e divulgada em abril deste ano pela Secretaria de Aviação Civil, o Aeroporto Internacional Aluízio Alves ficou na 8ª posição no país com uma média geral de 4,12 pontos para notas de 1 a 5.
Dos 48 itens analisados, o Aluízio Alves teve nota acima de 4 em 36 deles. Em seis, a nota ficou acima de 3; e em outros seis, acabou com nota superior a 2. Os itens mais bem avaliados, destacados entre os dez mais relevantes da pesquisa, foram Conforto e Limpeza Geral (4,66), Sala de Embarque (4,55) e Devolução das Bagagens (4,42).

Em um ano de funcionamento, o novo aeroporto teve anunciado cinco novos voos. Campinas, Belo Horizonte, Buenos Aires, Milão e Cabo Verde são os destinos. Há ainda a perspectivas de novos voos para Santiago (Chile), Bogotá (Colômbia), Roma (Itália), Estocolmo (Suécia) e Frankfurt (Alemanha) para o próximo ano.

Incentivos
A redução do ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - sobre o querosene usado na aviação é mais um trunfo em que o governo aposta para competir pelo centro de conexão de voos. O tributo teve a alíquota reduzida de 17% para 12% em fevereiro deste ano pelo governo do Rio Grande do Norte.

Depois da reunião técnica com o grupo Latam, o governador Robinson Faria também enfatizou a presença da refinaria Clara Camarão, que fica em Guamaré, no litoral do estado.  “Sediamos a refinaria Clara Camarão que produz querosene de aviação, garantindo o suporte necessário à demanda e temos o preço do combustível reduzido com a redução fiscal já adotada pelo governo”, destacou.

O hub
O projeto do Hub, de acordo com nota enviada à época do anúncio, objetiva ampliar a atuação das empresas nos voos entre a América do Sul e a Europa. O grupo explicou que a oferta da aviação nacional está mais concentrada no Sudeste, no Sul e em Brasília. Com o novo hub, o Latam planeja ampliar as opções de conectividade para os passageiros, tanto em voos dentro do Brasil, como nas conexões com a América Latina e com grandes centros europeus.
“O projeto ampliará a capilaridade das operações do grupo no Brasil, na América do Sul e no mercado internacional, principalmente aumentando os destinos atendidos na Europa. Também reforçará a liderança do grupo na América Latina, incrementará a conectividade oferecida aos clientes e otimizará a cobertura do fluxo de passageiros e de carga para o Brasil com outros mercados”, afirmou Claudia Sender, presidente executiva TAM, durante o anúncio do projeto.

A nota afirma ainda que as operações do novo hub serão realizadas com a frota que o grupo já tem contratada, sem encomendas adicionais de aeronaves.

Fonte: G1

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