terça-feira, maio 19, 2015

Queria morrer quando vi o que havia feito, diz torcedor que atirou gás

Adrián Napolitano, "el panadero", apontado como o suposto responsável pelo ataqueAdrián Napolitano, "el panadero" (o padeiro), barrabrava torcedor do Boca Juniors que atirou gás tóxico em jogadores do River Plate e que levou seu clube do coração à eliminação da Libertadores, disse nesta terça-feira (19) estar
arrependido do que fez.

Em entrevista por telefone ao canal "TyC Sports", Napolitano disse que nunca teve problemas na Bombonera.

"Jamais tive a intenção de fazer isso. Pensei que não havia câmeras; não achei que ia chegar a tanto. Quando me dei conta do que havia feito, queria morrer", declarou.

"Faz 25 anos que vou ao estádio e nunca tive problemas. Jamais estive em uma delegacia. Todo mundo me conhece, sabem como sou, que gosto da festa, mas nada mais que isso. A verdade é que fiz sem me dar conta. Tenho família... Imagine como está minha mulher. Sou um trabalhador, me levanto às 4 da manhã. Estou desesperado", concluiu.

TUMULTO E DESCLASSIFICAÇÃO

O segundo tempo do clássico entre Boca Juniors e River Plate, pelas oitavas de final da Libertadores, não foi reiniciado no horário previsto em virtude da violência contra o time visitante na Bombonera, em Buenos Aires.

Após um primeiro tempo sem gols, resultado que classificaria o River devido à vantagem obtida na partida de ida (1 a 0), os jogadores da equipe visitante foram atingidos por substância tóxica.

A partida ficou interrompida por mais de uma hora até que a arbitragem determinou que ela fosse suspensa.

Quatro jogadores do River tiveram inflamação na córnea devido ao contato com o gás.

Na noite deste sábado (16), após reunião de seus dirigentes no Paraguai, a Conmebol divulgou uma nota oficial nas redes sociais na qual informou que o clube argentino não disputará mais a competição continental em 2015.

Além da medida, o Boca ainda terá que disputar seus próximos quatro jogos organizados pela Conmebol de portões fechados. Em seus próximos quatro jogos fora de casa, os torcedores também não poderão comprar ingressos para partidas da equipe.

Por fim, o Boca terá que arcar com uma multa de aproximadamente R$ 598 mil (US$ 200 mil).

O Boca apresentou no domingo (17) recurso à Câmara de Apelações da Conmebol contra a decisão de sábado.

A defesa tentará desassociar o clube da atitude de seus torcedores, mas é improvável que haja mudanças nas sanções. A Conmebol sofreu pressão da Fifa para que eliminasse o clube da competição para ficar como exemplo.

Caso a Câmara de Apelações mantenha a punição, o advogado Eduardo Carlezzo, que defende o Boca, explicou que há uma terceira instância, recém criada na América do Sul: o Tribunal Arbitral Desportivo da América do Sul, que é independente da Conmebol, semelhante ao que existe na Europa para tratar de casos relacionados à Fifa. O time argentino pretende recorrer a esse tribunal.

A entidade marcou para quinta-feira (21), às 22h, em Buenos Aires, o primeiro jogo entre River Plate e Cruzeiro pelas quartas de final da competição.

Fonte: Folha de São Paulo

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