terça-feira, março 31, 2015

Uso de redes sociais durante expediente prejudica rendimento de funcionários

Alguns estados usam o fato de não ter WhatsApp como critério de seleção de funcionáriosSegundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), existem hoje no mundo mais de sete bilhões de aparelhos celulares (cerca de um
celular por habitante do planeta) e grande parte destes telefones vem repleto de funções extras, como acesso à internet, a redes sociais e aos mais diversos aplicativos de comunicação. No mercado de trabalho, porém, as benesses trazidas pelos smarthphones trazem cada vez mais dores de cabeça aos patrões e geram polêmica entre os funcionários.
Empresários e clientes alegam que o uso desenfreado das redes sociais no trabalho prejudica o rendimento dos funcionários e afeta a qualidade do atendimento. Em alguns estados do país, porém, as polêmicas acerca das redes sociais têm ganhado proporções muito maiores. Em Pernambuco e Minas Gerais, recentemente, foram registrado casos em que lojas e empresas divulgaram anúncio que procuravam novos funcionários com experiência profissional, mas deixava claro que precisavam de profissionais que não usem WhatsApp, rede social que promove interação entre os contatos da agenda telefônica do celular.
Em Mossoró, muitos populares reclamam do atendimento em lojas e estabelecimentos, e críticas acerca do uso de redes sociais também se tornam cada vez mais comuns. É o que relata a secretária administrativa Janaíne Milene, que conta já ter passado por uma situação constrangedora, por conta do mau atendimento causado pelo uso excessivo do celular.
"Eu estava em uma grande rede de lojas, que atua na cidade, e lá as filas em geral são muito longas. Percebi, em dado momento, que a vendedora estava mais preocupada com o movimento em seu celular do que com a fila da loja que não andava. Senti-me mal com a situação, mas nem soube como reagir", explicou Janaíne. 
Para Getúlio Vale, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/Mossoró), a boa utilização das redes sociais é o que define os limites desta relação. Ele conta que a CDL já recebeu várias reclamações de clientes com o atendimento em Mossoró de um modo geral, mais especificamente com o uso exagerado de celulares conectados em redes sociais. Segundo ele, ainda faltam cursos e treinamentos para estes funcionários lojistas, de forma a prepará-los para o mercado de forma que saibam seus direitos e deveres dentro da empresa.
"Eu acho que na realidade de Mossoró o patrão que procurar funcionários que não usem redes sociais não vai conseguir contratar ninguém. A saída é encontrar um meio-termo entre funcionários e patrões, de modo que o funcionário não use o celular em seu momento de trabalho, e que na empresa entenda casos como uma emergência familiar", comentou.

Sindicatos patronal e de empregados avaliam que é preciso bom senso para o uso de smartphone no trabalho

O empresário Michelson Frota, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mossoró (Sindivarejo), diz que o uso das redes sociais em horário de trabalho já foi discutido pela categoria patronal. Ele acredita que falta no Brasil uma lei específica, que proíba, ou ao menos delimite horários, para o uso do celular por funcionários. Ele ressalta que as redes sociais são aliadas de comerciantes e clientes, desde que sejam usadas com responsabilidade.
"Este assunto já foi discutido pelo sindicato em outras oportunidades. O que achamos que falta é uma lei que proíba a utilização destas redes em horário de expediente. Em minha opinião é necessário setorizar, dentro das empresas, quem pode e quem não pode utilizar as redes sociais. Hoje elas não são só uma ferramenta de lazer, mas também um instrumento que facilita o atendimento e otimiza uma série de questões, portanto elas são importantes, mas se tornam um grande problema quando passam a ser usadas fora de hora, e de forma desrespeitosa aos clientes", disse Michelson.
Já para Carlos Antônio da Silva, diretor do Sindicato dos Empregados no Comércio de Mossoró (Secom), qualquer tipo de coação ou discriminação a quem utiliza redes sociais é abusiva e inaceitável. Ele relembra que é preciso haver uma mediação, de forma que o funcionário não desrespeite a empresa, no entanto, que não seja desrespeitado também.
"Acreditamos que o patrão que buscar contratar só funcionários que não possuam este tipo de ferramenta não vai conseguir, visto que ¼ da população mundial acessa diariamente as redes sociais. Em nossa opinião, a melhor forma de lidar com isso é preparando os funcionários. Ferramentas como WhatsApp existem por conta de uma questão social, e uma necessidade que as pessoas têm de se relacionar e de se aproximar. Se usada com responsabilidade, é sim muito importante", defendeu.

Fonte: O Mossoroense

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