quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Municípios do RN terão programa de monitoramento da dengue e chincungunha

Professor Ricardo Valentim é desenvolvedor do "Observatório da Dengue" (Foto: Alberto Leandro/Portal No Ar)O programa “Observatório da Dengue” foi apresentado nesta quarta-feira (11) para os municípios do Rio Grande do Norte em uma reunião do Conselho de Secretarias
Municipais de Saúde (Cosems). Criado em 2011, foi desenvolvido pelo Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), ambos órgãos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Para a presidente do Cosems, Maria da Salete Fernandes da Cunha, o programa é uma política de governo que exige participação da população. A previsão é que este seja aderido para todo o Rio Grande do Norte até março deste ano.

“Nós queremos implantar o mais rápido possível, porque a dengue não espera para que a pessoa fique doente. O problema é que o acesso à internet em alguns municípios não existe ou o sinal é fraco”, disse Salete, que sugeriu que o Estado solicite ao Governo Federal para aderir ao programa “Banda Larga Para Todos”, que promete estender acesso à internet aos municípios brasileiros.

A intenção, segundo Maria da Salete, é fazer com que o “Observatório da Dengue” seja eficiente em algumas cidades.  “Nós estamos com essa preocupação agora não só com a dengue, mas chicungunha, que é transmitida pelo mesmo mosquito”, afirmou Salete, que também é secretária municipal de Saúde em Bom Jesus, na qual tem quatro casos suspeitos.

O objetivo do “Observatório da Dengue” é utilizar novas tecnologias de informação e geoprocessamento para monitorar o foco do mosquito Aedes aegypti, transmissor das duas doenças.

Os sintomas iniciais são febre, dores intensas nas articulações de pés e mãos e manchas vermelhas na pele. A dengue, entretanto, pode desenvolver a dengue hemorrágica, nas quais os pacientes podem sofrer alterações nas coagulações sanguíneas.

“Se um cidadão encontrar um foco do mosquito ou caso de dengue na sua rua ou no bairro, ele pode enviar uma informação, que pode ser uma foto ou vídeo e marcar no mapa onde fica o endereço. Ele vai dar seu telefone, e-mail e endereço, assim evitando que aconteça os trotes. Esses dados vão ser enviados automaticamente para as secretarias municipais de saúde”, disse o médico e professor da UFRN, Ricardo Valentim, desenvolvedor do “Observatório da Dengue”.

“Nós queremos implantar o mais rápido possível, porque a dengue não espera para que a pessoa fique doente", disse Maria da Salete Fernandes da Cunha, presidente do Cosems (Foto Alberto Leandro/Portal No Ar)
“Nós queremos implantar o mais rápido possível, porque a dengue não espera para que a pessoa fique doente”, disse Maria da Salete Fernandes da Cunha, presidente do Cosems (Foto Alberto Leandro/Portal No Ar)
Valentim comentou que começou a criá-lo quando parentes tiveram dengue em períodos iguais e chegaram a ficar internados. Então, pensou em criar uma tecnologia que pudesse monitorar e controlar a dengue. Nesses três anos, o programa evoluiu bastante, pois foi adequado à Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde.

O programa, através do Google Maps, sinaliza quais são os locais que tem foco do mosquito e casos da doença espalhados por Natal. A população também pode marcar no mapa e informar para a equipe da central de processamento de dados, que vai repassar para as secretarias municipais, que também pode antecipar a criação de políticas públicas para combater a doença.

“Além de notificar os casos e o foco da dengue e chicungunha na cidade, o programa cria planos de contingência para propor quais ações os governos devem fazer”, comentou o professor Valentim.

O médico também explicou que as secretarias municipais podem enviar os agentes de endemias aos locais já sinalizados. Ainda serão entregues pelas prefeituras tablets e celulares aos agentes, para que os mesmos ajudem a monitorar as duas doenças.  “O sistema rastreia via GPS se eles realmente foram para esses locais que estavam”, explicou.

Natal foi o primeiro município do Rio Grande do Norte a implantar a tecnologia e a partir da semana que vem outras cidades do estado receberão o treinamento para manusear o sistema. A intenção é que outras cidades funcionem da mesma forma que acontece na capital potiguar.

O  médico epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Ion de Andrade, acompanhou o desenvolvimento do projeto desde o início, quando ainda trabalhava pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Andrade comemora os avanços do “Observatório” e comenta que só chegou nesse estágio por conta do trabalho em equipe.

“A Sesap achou importante que essa ferramenta fosse compartilhada para outros municípios do Rio Grande do Norte, pois permite maior esclarecimento sobre a dengue, principalmente se houver uma epidemia. A medida que você encontra os focos de dengue, ajuda a evitar que outros locais da cidade tenham proliferação da doença”, esclareceu.

O “Observatório da Dengue” está associado ao programa Telessaúde, para acessar ao programa é só entrar no site: http://observatoriodengue.lais.huol.ufrn.br/. Já as denúncias podem ser realizadas em http://telessaude.ufrn.br/observatoriodadengue/.

Fonte: Portal Noar

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