sexta-feira, dezembro 19, 2014

Obras do Governo do RN para a Copa do Mundo 2014 ficam no meio do caminho

8WR_Obras-paradas-na-avenida-Omar-O'Grady--(30)Governo do Estado e Prefeitura de Natal prometeram obras para Copa do Mundo de 2014 que não foram concluídas. Passados seis meses do megaevento, a diferença entre o
pacote estadual e municipal é a perspectiva de conclusão. A Prefeitura de Natal prorrogou prazos de entrega e em pelo menos metade delas, o canteiro de obras está movimentado.

Mas em nível estadual a impressão que se tem é que o desgoverno deu lugar ao vácuo de poder e responsabilidade dos gestores públicos. O prolongamento da avenida Prudente de Morais, os acessos ao novo Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante e a reestruturação da avenida Engenheiro Roberto Freire foram obras prometidas e não finalizadas. Esta última foi abortada antes mesmo de se montar o canteiro de obras.

No prolongamento da avenida Prudente de Morais (avenida prefeito Omar O’Grady), a obra de R$ 21.376.603,29 milhões teria como prazo contratual a entrega no dia 10 deste mês conforme placa fixada com informações sobre a construção da via. Esse foi só mais um dos inúmeros prazos informados pelo governo do Estado para a sua finalização.

Apesar da data vencida há sete dias, a via continua sem sinalização de tipo algum, fica completamente no escuro à noite e os retornos e passeio de pedestre estão inacabados. Manilhas de concreto estão jogadas ao longo dos canteiros da avenida. É um cenário que exemplifica o desprezo com a população e a incapacidade do poder público de planejar. “É uma falta de respeito com a população, eles prometem e não cumprem. É uma irresponsabilidade”, classificou Aracely Batista da Trindade moradora do bairro de Cidade Satélite.

A filha dela, Ana Flávia Trindade Costa, de 23 anos, é uma das cidadãs que precisa passar pela via de carro eventualmente. Para ela, a dificuldade de dirigir no prolongamento acontece à noite, quando os crimes também são mais comuns. “A pista como é muito larga, a gente não tem noção em que faixa você está e a gente conta só com o farol do carro pra se guiar”, explicou Ana Flávia. “Aí também tem que passar em alta velocidade para não correr o risco de ser assaltado”, acrescentou.  Além de bandidos que param motoristas e motociclistas para assaltar, a escuridão quase que total favorece o aparecimento de animais nas pistas à noite.

Outro problema não solucionado foi o cruzamento com as avenidas transversais. Uma delas é a Serra dos Carajás. O asfalto íntegro dessa avenida foi retirado para dar lugar ao novo. No prolongamento, o asfalto foi colocado normalmente. Mas na Serra dos Carajás, a 100 metros da nova Prudente de Morais, o caminho é só barro.

O mecânico Marcos Jardim, que trabalha na região, chegou a questionar operários da EIT, construtora contratada para obra, sobre o assunto. “No dia que estavam fazendo o asfalto na Prudente, eu perguntei se iam refazer esse outro, mas disseram que não tinham autorizado”, relatou. Nos dias secos, a poeira sobe o tráfego de carros pesados. “Quando passa um carro pequeno tudo bem, mas quando passa um caminhão não tem quem aguente”, destacou.

Já na cidade de Parnamirim, o problema é o afunilamento da via que possui espaço para seis faixas de carros (embora essas faixas não tenham sido pintadas no solo ainda) nos dois sentidos, sem contar as marginais. Na região, os veículos que se espalhavam pela meia dúzia de faixas, agora têm que se apertar em duas para ter acesso à BR – 101 (à beira da rodovia federal, buracos aterrados com areia de um lado e um conjunto de crateras sem nenhuma maquiagem).

Isso acontece porque as desapropriações de casas e terrenos nas proximidades da rua Rio Jordão nunca ocorreram. Moradora do bairro de Emaús há três anos, a comerciante Laura Uchôa disse que foi constituída uma comissão de moradores afetados pelas obras e já houve várias reuniões. A última delas ocorreu em novembro do ano passado, mas não teria sido obtido nenhum resultado prático sobre valores de indenizações.

Pelo menos parte dos moradores, se mostra interessado na indenização. Soma-se a isso a crescente violência no bairro. “O que a gente quer é o valor da casa. O casal da casa vizinha está só esperando essa indenização para ir embora. Essa espera gera alguns transtornos para a população local, porque o perigo de morar aqui no bairro é grande”, falou.

Acessos ao Aeroporto

O mês de maio de 2014 foi uma data mágica para o poder público municipal e estadual. Se as obras prometidas para serem concluídas neste mês tivessem virado realidade, a cara e a vida da cidade-sede do Rio Grande do Norte na Copa do Mundo seria outra. Mas não foi. Os acessos ao Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante também estavam prometidos para este mês. Mas o canteiro de obras nas BR´s 406, 304 e RN 160 estão abandonados.

Projetada com viadutos e até pontes, a obra foi orçada em R$ 72 milhões. A primeira construtora a assumir a responsabilidade com o Estado foi a Queiroz Galvão. Depois de cair fora, a escolhida foi a EIT. Também tentou concluir, mas sem êxito.

Avenida Engenheiro Roberto Freire

A reestruturação da avenida Engenheiro Roberto Freire foi apresentada com maquete animada e trilha sonora de fundo cinematográfica. O projeto incluía viadutos, passarelas, túneis e corredores exclusivos para ônibus. A previsão era que o financiamento da obra viesse pelo Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa do Mundo. Mas logo foi remanejado para outro PAC.

Com a proposta de desmatar parte do Parque das Dunas e sem contemplar ciclovias, o projeto ganhou logo resistência de vários grupos sociais. Agora, a decisão sobre a reestruturação ficou para o próximo governo.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) para saber o motivo da paralisação, o percentual de conclusão de todas as obras e se seriam finalizadas. Mas a assessoria de imprensa informou que “o DER não poderia se pronunciar sobre isso no momento”.

Fonte: Portal JH

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