terça-feira, dezembro 30, 2014

Jovem negro morto em ação policial foi atingido pelas costas, aponta laudo

Pessoas olham mural em homenagem a Ezell Ford, morto em ação da polícia em Los Angeles (Foto: DAVID MCNEW/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP)Uma autopsia divulgada nesta segunda-feira (29) revela que um jovem negro desarmado foi morto com três tiros pelas costas por dois policiais brancos em agosto
passado, em Los Angeles.
O relatório da autopsia assinala que o jovem negro Ezell Ford, 25 anos, que sofria de problemas psicológicos - segundo seus amigos - foi baleado pelas costas no braço e no tronco.
O jovem tinha vestígios de maconha no corpo, assim como a marca do cano da arma nas costas, o que mostra que recebeu o 'disparo a uma distância muito curta'.
Ford faleceu no dia 11 de agosto, dois dias após Michael Brown, um adolescente negro, ser morto por um policial branco na cidade de Ferguson (Missouri), o que deflagrou uma onda de protestos nos Estados Unidos.
Durante os dias posteriores à morte de Ford, ocorreram vários protestos pacíficos, que forçaram o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, a prometer divulgar o resultado da autopsia antes do final do ano.
O chefe da polícia de Los Angeles, Charlie Beck, explicou em entrevista coletiva que "o resultado da autopsia não é incoerente com a versão" dos policiais envolvidos, Sharlton Wampler e Antonio Villegas.
Beck destacou que a investigação "segue aberta" e pediu a colaboração de possíveis testemunhas do incidente.
Segundo os dois policiais, Ford caminhava de forma 'suspeita' por uma rua do sul de Los Angeles e parecia 'esconder algo entre suas mãos'.
Os dois agentes afirmam que seguiram o jovem, que correu, mas depois se virou e caiu no chão atracado com um dos policiais, o que levou aos disparos.
A família de Ford, seu advogado e testemunhas citadas pela imprensa negam a versão de que o jovem se atracou com o policial, afirmando que ele não teve qualquer comportamento agressivo durante a abordagem.
Beck destacou que Wampler e Villegas estão afastados do trabalho na rua a espera da decisão do promotor do distrito sobre o incidente.
A associação de defesa dos direitos das minorias Los Angeles Urban Policy Roundtable pediu a promotoria que denuncie os dois policiais.
'A autopsia qualificou de homicídio a morte de Ford e os ferimentos de bala nas suas costas dão uma importante ideia de que não pôde resistir aos agentes' ou 'atacá-los', disse o presidente da associação, Earl Hutchinson.

Fonte: G1

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