Carcaça de cachalote encalha em praia da Grande Natal

A carcaça de um cachalote encalhou na manhã desta quinta-feira (27) na praia de Cotovelo, no litoral Sul da Grande Natal. Segundo o biólogo Lídio França, da

ONG Ecomar, apesar de ser popularmente chamado de baleia, o cacholote (Physeter macrocephalus) é na verdade o maior dos golfinhos. Na fase adulta, o animal pode chegar a 18 metros de comprimento.

O animal encontrado nesta quinta em Cotovelo tem 9 metros de comprimento e apresentava várias dentadas de tubarão. "Não sabemos a causa da morte, mas o animal apresenta várias dentadas de tubarão", disse Lídio.

Ele explicou que o local onde o animal foi encontrado é de difícil acesso e não será possível enviar um trator para cavar um buraco e enterrar a carcaça. "Vamos acionar a Prefeitura de Parnamirim para que eles retirem o animal daqui. Talvez a solução seja cortar em vários pedaços e levar para enterrar em outro local. Mas não podemos deixar o animal aqui porque já está em um processo avançado de decomposição e certamente há várias bactérias. É um caso de saúde pública", afirmou.

Biólogos ainda tentaram salvar a baleia que
encalhou em Tabatinga, mas o animal não resistiu
(Foto: Françoise Lima/G1)

Encalhes

No dia 23 de julho, um filhote de jubarte de quatro metros morreu ao encalhar na na praia de Tabatinga, no litoral Sul do estado. Biólogos ainda tentaram salvar o animal, mas a baleia não resistiu.

No dia 26 houve um novo encalhe envolvendo mais um filhote de jubarte. A baleia também tinha quatro metros de comprimento e foi encontrada morta na Via Costeira, em Natal.

Na ocasião, a bióloga Maurizélia Brito, chefe da Reserva Biológica do Atol das Rocas, disse que a equipe vai continuar monitorando a costa potiguar porque podem acontecer outros encalhes. Segundo ela, a temporada de reprodução das jubartes vai até o mês de novembro.

Já no dia 2 de agosto, um filhote de baleia jubarte com cinco metros de comprimentos foi encontrado morto na praia de Carnaubinha, no município de Touros, litoral Norte do estado. A bióloga Daniela Pereira, da ONG Numar, esteve no local do encalhe. Na ocasião, ela disse ao G1 que as baleias da espécia jubarte estavam no período de reprodução e o filhote, provavelmente, morreu ao ficar preso às rochas da praia após ter se perdido da mãe. “Ele ainda tinha resquícios do cordão umbilical”, acrescentou.

Tubarão-baleia

No dia 21 de agosto, mais um encalhe foi registrado na costa potiguar. Desta vez, nas areias da praia do Farol, no litoral de Galinhos, onde um tubarão-baleia de aproximadamente 10 metros de comprimento ficou preso. Biólogos ainda tentaram salvar o animal, que não resistiu e morreu na manhã seguinte.

Segundo o professor Flávio Lima, coordena o Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), o tubarão-baleia é a maior espécie de tubarão que existe. "Eles frequentam a costa potiguar, mas não são vistos com tanta facilidade. São animais que vivem em águas tropicais profundas", afirmou.

Ainda segundo Flávio Lima, foi a primeira vez que um tubarão-baleia encalhou na costa potiguar. "O fato dele ter se aproximado tanto assim da praia já indica que havia alguma anormalidade. Ele chegou aqui desorientado e muito debilitado”, acrescentou.

Fonte: G1