segunda-feira, junho 30, 2014

Empresas de ônibus de Natal pedem reajuste da tarifa para R$ 2,80

Em greve dos rodoviários, poucos ônibus circulam por Ponta Negra, em Natal (Foto: Arthur Barbalho/G1)O reajuste do preço da passagem de ônibus voltou a ser cobrado pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos e Passageiros do Município do Natal (Seturn) após
a negociação salarial dos rodoviários e uma greve de 13 dias no transporte urbano de Natal. O consultor técnico do sindicato, Nílson Queiroga, justifica a pedida com o aumento dos preços de combustível, pneus e dos salários dos motoristas desde que a passagem teve o valor reajustado pela última vez, no começo de 2011.

"O sistema está defasado e tem acumulado prejuízos. Durante esses anos um desequilíbrio financeiro aconteceu e as empresas precisaram absorvé-lo do próprio capital", afirma Queiroga. O consultor afirma que o reajuste calculado leva em consideração a atual situação de sistema. "Não temos incentivo fiscal do Município e todas as gratuidades são bancadas pelo usuário que paga a passagem. Com esse panorama é necessária uma tarifa de R$ 2,80", explica.

O G1 tentou contato por telefone com a titular da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Elequicina Santos, mas as ligações não foram atendidas.

De acordo com Nílson Queiroga, se considerada a conta entre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e as desonerações fiscais feitas pelo governo federal desde o último reajuste, a tarifa já precisaria aumentar para R$ 2,56. "A alta nos insumos considerando o INPC foi de 23,63% contra uma desoneração total de 7,15% (3,65% do PIS Cofins e 3,5% do INSS). O resultado já renderia um aumento de 16,48% sobre a atual tarifa de R$ 2,20, mas não é isso que vai compensar o prejuízo causado", diz.

O consultor técnico do Seturn detalha que desde o último aumento no preço o salário dos motoristas passou de R$ 1.192 para R$ 1.557, com 30,65% de reajuste. Já o preço do diesel, segundo Queiroga, saiu de R$ 1,75 para R$ 2,46 por litro. "Estou levando em conta que agora precisamos abastecer com o combustível S10, que não polui o meio ambiente, mas em compensação é mais caro. Só no diesel a evolução foi de 40,2%", ressalta.

Por fim, o consultor técnico cita como um dos itens mais impactantes o preço do pneu, que custava R$ 1.139 e agora é comprado a R$ 1.650 a unidade. "São 38,7% de reajuste", afirma Queiroga, que cita a defasagem da frota de ônibus da capital potiguar. "A vida útil de um veículo é de sete anos e nossa frota tem uma média de seis anos. Como não houve compra de ônibus nos últimos anos, no próximo ano a maioria dos veículos estará defasado. Isso piora a qualidade do serviço e aumenta o custo de manutenção", argumenta.
Para o Seturn, além do reajuste da passagem de ônibus, a prefeitura precisa adotar uma política de desoneração fiscal para o setor e encontrar uma maneira de pagar as gratuidades. "Só da parte dos impostos, o Imposto Sobre Serviço (ISS), do Município, e o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Estado, o impacto já é de R$ 0,20 na tarifa", informa o consultor técnico do Seturn.

Reprodução Cidade News Itaú via G1

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